Um dirigente socialista acusou a oposição de falta de patriotismo, alegando que as críticas ao Orçamento prejudicariam a análise e, sobretudo, o veredicto da Comissão Europeia.
Depois, o primeiro-ministro de Portugal teve de ouvir da chanceler alemã – ela sim, a verdadeira “dona disto tudo” – elogios rasgados ao anterior primeiro-ministro, numa espécie de aula de “boas
práticas”.
O patriotismo é, por definição, um amor desinteressado e permanente pela comunidade de cidadãos que constitui a pátria.
Não resisti a folhear o livro “Pátria”, de Guerra Junqueiro, escrito em 1896, há exatamente 120 anos, na sequência do ultimato inglês.
Vou, então, partilhar dois excertos do texto, que Guerra Junqueiro parece dedicar a “um povo resignado e dois partidos sem ideias”.
Aqui vai o primeiro:
“Liberdade absoluta, neutralizada por uma desigualdade revoltante, o direito garantido virtualmente na lei, posto, de facto, à mercê dum compadrio de batoteiros, sendo vedado, ainda aos mais orgulhosos e mais fortes, abrir caminho nesta porcaria, sem recorrer à influência tirânica e degradante de qualquer dos bandos partidários.”
E mais este:
“A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.”
Será ainda da mesma pátria que estamos hoje a falar?
Escreve à segunda-feira