Corrupção. José Veiga e Paulo Santana Lopes detidos

Corrupção. José Veiga e Paulo Santana Lopes detidos


PJ anunciou a detenção de três pessoas por suspeitas de crimes de corrupção, fraude fiscal, branqueamento de capitais, entre outros. Irmão de Santana Lopes e empresário serão dois dos detidos.


Paulo Santana Lopes, irmão do antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, e José Veiga, ex-diretor da SAD do Benfica e empresário do setor bancário, foram detidos por suspeitas da práticas dos crimes de corrupção no comércio internacional, fraude fiscal, branqueamento de capitais, tráfico de influências e participação económica em negócio. As detenções foram realizadas pela Polícia Judiciária (PJ), no âmbito de um inquérito que corre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal e cuja investigação começou no final de 2014.

A operação decorreu em simultâneo em Lisboa, Porto e Fátima e resultou na detenção de três pessoas (o terceiro elemento é uma advogada portuguesa), tendo sido realizadas 35 buscas. Os nomes de José Veiga e Paulo Santana Lopes foram avançados pela edição online do Correio da Manhã.

Segundo um comunicado da PJ, os três arguidos celebravam contratos de fornecimento de bens e serviços no âmbito de obras públicas, construção civil e combustíveis, realizando negócios entre empresas públicas e privadas. “Os proventos gerados com esta atividade eram utilizados na aquisição de imóveis, veículos de gama alta, sociedades não residentes e outros negócios, utilizando para o efeito pessoas com conhecimentos especiais e colocadas em lugares privilegiados, ocultando a origem do dinheiro e integrando-o na atividade económica lícita”, refere o comunicado da PJ.

A Judiciária batizou as diligências hoje efetuadas como 'Operação Rota do Atlântico'. Estiveram envolvidos cerca de 120 elementos daquela polícia e dez magistrados. Foram arrestadas casas, carros de “alta gama” e contas bancárias. Veiga, Santana Lopes e a advogada ainda vão ser apresentados ao juiz de instrução para aplicação das medidas de coação.

Compra de banco em causa

Em comunicado entretanto divulgado, a Procuradoria-Geral da República informa que um dos alvos de buscas foi um banco. E que as suspeitas da prática dos crimes de tráfico de influência e de participação económica estão relacionadas com um negócio de "compra e venda de ações de uma instituição financeira estrangeira, ações essas detidas por instituição de crédito nacional" — que poderá ser o Novo Banco em Cabo Verde. Há cerca de duas semanas, o Diário Económico noticiou que José Veiga fez uma proposta de comora do antigo BES de Cabo Verde (atualmente Novo Banco), uma instituição avaliada em 14 milhões de euros.

Os negócios de Veiga

O ex-braço-direito de Luís Filipe Vieira no Benfica esteve ligado ao futebol: foi agente de jogadores de relevo, entre os quais Luís Figo, Jardel e Simão Sabrosa.

Em 2012, foi condenado pelo Tribunal Criminal de Lisboa a quatro anos e meio de prisão (pena suspensa), por crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais relacionados com a trasnferência de João Pinto do Benfica para o Sporting (em 2000).

O irmão de Santana Lopes

Paulo Santana Lopes foi gestor da Tetris, uma sociedade imobiliária ligada ao BPN. A revelação foi feita pelo empresário José Albano Oliveira na comissão de inquérito à nacionalização do Banco Português de Negócios.