Sag Awards. Sem espaço para polémicas

Sag Awards. Sem espaço para polémicas


Perante as acusações de racismo em torno das nomeações para os Óscares, os prémios do Sindicato de Atores dos EUA distinguiram quatro atores negros


“Ladies and gentlemen, welcome to diverse TV.” Foi desta forma que o ator Idris Elba apresentou um dos prémios SAG – logo após a vitória de Viola Davis, que levou para casa a distinção para melhor atriz em série de drama por ”How to Get Away With Murder” – numa alusão claríssima à acesa discussão racial em torno das nomeações para os Óscares deste ano, e que já levou os atores Jada Pinkett Smith e Will Smith, e o realizador Spike Lee, a apelarem ao boicote à cerimónia que terá lugar a 28 de fevereiro.

No foco da indignação terá estado, justamente, a não nomeação de Idris Elba, mas também de Samuel L Jackson e do próprio Will Smith. Na história dos Óscares apenas 31 estatuetas, num total de 2900, foram atribuídas a vencedores negros.

Independentemente de ter sido uma decisão propositada, a verdade é que esta 22ª edição dos galardões promovidos pelo Sindicato de Atores dos Estados Unidos parece ter tentado repor algum equilíbrio nesta discussão. Prova disso é que quatro atores negros levaram estatuetas para casa. Além da já referida Viola Davis, Uzo Aduba foi distinguida como melhor atriz em série de comédia por ”Orange is the New Black” e Queen Latifah sagrou-se melhor atriz em minissérie ou filme televisivo por “Bessie”. O próprio Idris Elba subiu ao palco do Shrine Exposition Center, em Los Angeles, para receber dois prémios: melhor ator em minissérie ou filme televisivo, por ”Luther”, e, em cinema, melhor ator secundário, por “Beasts of No Nation”.

A cerimónia conduzida por Amy Poehler e Tina Fey confirmou Leonardo di Caprio parece como o vencedor transversal nas várias cerimónias de entrega de prémios, pela sua interpretação em ”The Revenant — O Renascido”. Depois do Globo e agora do SAG, tudo faz adivinhar que este será finalmente o ano em que consegue levar para casa a tão desejada estatueta dos Óscares que parece teimar em fugir-lhe, ano após ano. Já Brie Larson conquistou o SAG para melhor atriz por “Room – O Quarto de Jack”, e a melhor atriz secundária  foi Alicia Vikander por “A Rapariga Dinamarquesa”.

O grande vencedor da noite, em termos de filmes, foi “O Caso Spotlight”, obra baseada na investigação jornalística sobre abusos sexuais a menores na igreja católica, que se sagrou melhor filme do ano, contrariando o favoritismo em torno d’“A Queda de Wall Street”.

Nas categorias televisivas, “Downton Abbey” sagrou-se melhor série de drama e “Orange is the New Black” venceu a categoria de melhor série de comédia. Além dos já referidos, foram ainda distinguidos, em televisão, Kevin Spacey como melhor ator de série de drama, por “House of Cards”, e Jeffrey Tambor, como melhor ator de série de comédia, por “Transparent”.