Eu não disse que era uma caldeirada?


Na crónica de 31 de Dezembro deixei por aqui o meu prognóstico para 2016. Resumi-o ao ano da caldeirada que fervia em lume brando mas não arrisquei quando poderia ser servida. Está, e vai continuar, em lume brando, mas estas eleições engrossaram o molho e com a fervura começa a respingar gordura para fora do…


Cada vez mais o nosso país ganha tiques sul-americanos. O fosso entre ricos e pobres aumenta de forma acentuada, saltam os escândalos de grande corrupção e até já tivemos – nestas presidenciais – um Tiririca.

Sim um Tiririca! Tino merece-me todo o respeito, não é qualquer um que sai da sua zona de conforto e angaria 7500 assinaturas para se candidatar a Presidente da República. Só com isto demonstrou mais pro-atividade que o Sr. Silva. Mas não deixa de ser um Tiririca português! Tem um discurso mais sóbrio, sem palhaçadas e defende (à sua maneira) ideias de puro bom senso. Mas só obtém 152.045 votos porque aumentou o desinteresse na população. Mais do que um voto de protesto, o voto em Tino foi um voto de descrédito: para com os Big Five e para os que ficaram abaixo, os chamados antissistema – esses sim representativos do voto de protesto – que juntos obtiveram apenas 3,52%. A tino juntam-se os mais de 50% de eleitores que por e simplesmente nem se dão ao trabalho de ir votar.

Quem mais vai contribui para o respingar da gordura é o PCP, com Edgar Silva em 5º lugar – acima de Tino, por uns escassos 0,67% – deixando o Comité Central à beira de um ataque de nervos! Vê o seu fiel eleitorado dissipar-se amarrado ao apoio parlamentar de esquerda que o arrasta para o fundo. A postura (aparentemente) construtiva de suporte ao governo socialista começa a deixar marcas e não tardará muito até que se inicie o combate de recuperação do seu eleitorado que foge para um Bloco que apresenta um posição mais combativa e (ainda assim) menos quadrada. Não auguro nada de bom.  

Para ajudar à festa vem Aníbal – o vingativo – mandar uns cavacos para o lume! Não me surpreendeu o veto. Até acredito que tenha (naquela sua cabecinha parca) algumas objeções de consciência sobre a matéria. Mas este veto é pura mesquinhez vingativa! É um claro regurgitar do valente sapo que teve que engolir. Mas que – azar dos Távoras – vai ter que o voltar a engolir antes de regressar para a marquise da Lapa. Sugiro que o sirvam com molho de tomate a ver se escorrega melhor.

 


Eu não disse que era uma caldeirada?


Na crónica de 31 de Dezembro deixei por aqui o meu prognóstico para 2016. Resumi-o ao ano da caldeirada que fervia em lume brando mas não arrisquei quando poderia ser servida. Está, e vai continuar, em lume brando, mas estas eleições engrossaram o molho e com a fervura começa a respingar gordura para fora do…


Cada vez mais o nosso país ganha tiques sul-americanos. O fosso entre ricos e pobres aumenta de forma acentuada, saltam os escândalos de grande corrupção e até já tivemos – nestas presidenciais – um Tiririca.

Sim um Tiririca! Tino merece-me todo o respeito, não é qualquer um que sai da sua zona de conforto e angaria 7500 assinaturas para se candidatar a Presidente da República. Só com isto demonstrou mais pro-atividade que o Sr. Silva. Mas não deixa de ser um Tiririca português! Tem um discurso mais sóbrio, sem palhaçadas e defende (à sua maneira) ideias de puro bom senso. Mas só obtém 152.045 votos porque aumentou o desinteresse na população. Mais do que um voto de protesto, o voto em Tino foi um voto de descrédito: para com os Big Five e para os que ficaram abaixo, os chamados antissistema – esses sim representativos do voto de protesto – que juntos obtiveram apenas 3,52%. A tino juntam-se os mais de 50% de eleitores que por e simplesmente nem se dão ao trabalho de ir votar.

Quem mais vai contribui para o respingar da gordura é o PCP, com Edgar Silva em 5º lugar – acima de Tino, por uns escassos 0,67% – deixando o Comité Central à beira de um ataque de nervos! Vê o seu fiel eleitorado dissipar-se amarrado ao apoio parlamentar de esquerda que o arrasta para o fundo. A postura (aparentemente) construtiva de suporte ao governo socialista começa a deixar marcas e não tardará muito até que se inicie o combate de recuperação do seu eleitorado que foge para um Bloco que apresenta um posição mais combativa e (ainda assim) menos quadrada. Não auguro nada de bom.  

Para ajudar à festa vem Aníbal – o vingativo – mandar uns cavacos para o lume! Não me surpreendeu o veto. Até acredito que tenha (naquela sua cabecinha parca) algumas objeções de consciência sobre a matéria. Mas este veto é pura mesquinhez vingativa! É um claro regurgitar do valente sapo que teve que engolir. Mas que – azar dos Távoras – vai ter que o voltar a engolir antes de regressar para a marquise da Lapa. Sugiro que o sirvam com molho de tomate a ver se escorrega melhor.