O ano de 2015 ficou marcado por vários casos mediáticos de corrupção em Portugal. O país assistiu à prisão de José Sócrates, ex-primeiro-ministro, o caso dos vistos gold fizeram manchete em todos os jornais nacionais e Ricardo Salgado e o BES continuaram a ser seguidos de perto por todos. No entanto, Portugal conseguiu ficar no 28º lugar no ranking da “Transparency Internacional” (TI), um índice que visa fazer um balanço da perceção da corrupção no setor público durante o ano de 2015.
Nesta análise, feita por um grupo composto por vários empresários, peritos e investigadores universitários, a 168 países, Portugal ocupa o 28º lugar. Para posição nacional muito contribuiu a má performance de países que estavam à frente nesta lista.
Portugal continua a ter, à semelhança de 2014, 63 pontos. A escala vai de 0 (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente). No entanto, apesar de manter os pontos, fica numa posição mais próxima da que tinha em 2004 (27ª) e que começou a descer por causa de casos como o Apito Dourado, Face Oculta, entre outros.
O Brasil foi o país que registou a pior queda, caindo para o 76º lugar no índice de corrupção, apresentando o pior resultado de um país no relatório de 2015.
“O Brasil foi o país que teve a pior queda, perdendo cinco pontos e descendo sete posições, para o 76º lugar”, pode ler-se na 21ª edição do relatório “Índice de Perceção da Corrupção”, da Transparência Internacional.
Segundo a organização, os principais fatores para estes resultados negativos são os escândalos da Petrobras, os problemas na economia e o crescimento do desemprego. Para a organização, o lugar que o Brasil ocupa “não é surpreendente”.
“O índice mede a perceção de um público que acompanha a questão de forma sistémica. Mas, mesmo assim, a Petrobras e a Lava Jato foram tão impactantes, que o desempenho sofreu uma pioria significativa”, disse Bruno Brandão, economista e coordenador do Programa Brasil da Transparência Internacional, que destacou ainda que o Brasil enfrenta um momento “extraordinário” na luta contra a corrupção.
1º lugar O primeiro lugar neste estudo foi atribuído à Dinamarca, que registou um índice de 91.
Segundo a organização, “os países nas primeiras posições apresentam características comuns que são vitais: altos níveis de liberdade de imprensa, acesso a informação sobre orçamentos que permite à população saber de onde procede o dinheiro e como se gasta e altos níveis de integridade entre aqueles que ocupam cargos políticos”.