A “dissimulação” de Marcelo, o “afundanço” de Maria de Belém e uma última farpa a Cavaco Silva

A “dissimulação” de Marcelo, o “afundanço” de Maria de Belém e uma última farpa a Cavaco Silva


Na Antena da TVI, a primeira a pronunciar-se sobre as projeções foi Manuela Ferreira Leite. “Não estou admirada”, disse a antiga líder do PSD, invocando os resultados previstos pelas sondagens. “As pessoas votam em quem conhecem”.


Carvalho da Silva, antigo dirigente da CGTP, considerou que "o afundanço da candidatura de Maria de Belém beneficiou Marcelo".

Já Constança Cunha e Sá chamou a atenção para o "outro grande derrotado, o candidato do PCP". A comentadora da TVI notou ainda que o mau resultado de Maria de Belém mostra "a morte do Segurismo2, acrescentando que "António Costa tem todas as razões para estar radiante com este resultado porque o verdadeiro candidato que ele queria em Belém era Marcelo Rebelo de Sousa".

Num segundo painel da TVI, moderado por José Alberto Carvalho, o pontapé de saída foi dado pelo advogado e militante do CDS Adolfo Mesquita Nunes. "Temos um facto novo: um Presidente da República que avança sem o consentimento dos seus partidos". Esta foi, de resto, uma ideia muito repetida ao longo da noite.

Isabel Moreira, deputada independente pelo PS, foi mais contundente: "Marcelo deitou fora o seu partido. Não fez outra coisa se não implorar [a Passos e a Portas] que não se chegassem a ele". João Oliveira, do PCP, referiu "a operação de dissimulação relativamente aos seus compromissos e ao seu passado" realizada pelo candidato durante a campanha.

Mariana Mortágua, além de se mostrar em sintonia com os comentários anteriores ("Marcelo conseguiu ganhar porque se afastou dos partidos da direita radical e do governo radical que tivemos nos últimos quatro anos") sublinhou o facto de Marisa Matias ter obtido "muito mais do que o dobro dos votos de Maria de Belém".

João Oliveira confirmou ainda que Edgar Silva "ficou aquém" dos objetivos, apontando a "indefinição do PS" como causa. E apontou para o futuro, lançando o alerta nas hostes da esquerda: "PSD e CDS fizeram da eleição de Marcelo Rebelo de Sousa um ponto para a recuperação do poder".

Isabel Moreira teve tempo ainda para lançar duas farpas. A primeira para a candidata do Bloco: "O elemento novo nestas presidenciais não é Marisa Matias, é a candidatura de Sampaio da Nóvoa". A segunda teve como alvo o Presidente cessante. "Um dos grandes responsáveis pela abstenção é Cavaco Silva", atirou. Antes, já Constança Cunha e Sá chamara a atenção para os valores da abstenção, notando que, excluindo os casos de reeleição, foi a mais alta de sempre.