O desinteresse pelas presidenciais


Outro dia comentei com a minha mulher que, para nosso espanto, as presidenciais são já no domingo. Para quem não anda imerso nas notícias políticas que inundam os jornais, estas eleições passaram de tal forma despercebidas que a sua existência parece surreal. Já? É agora que se escolhe quem vai substituir o Cavaco? E os…


A importância destas presidenciais está no que não são.

E não são o combate, pela chefia do Estado, entre as figuras políticas mais marcantes dos últimos 20 anos. Onde estão António Guterres e Durão Barroso? Desde cedo se percebeu que não iam à luta. Apesar de terem sido as figuras mais importantes dos últimos anos – vamos esquecer José Sócrates por razões óbvias –, a forma como saíram do governo e os cargos que exerceram posteriormente impediu-os de comparecerem nestas eleições.

E há dois pormenores muito interessantes nestas ausências: por um lado, devem-se ao facto de terem desistido do cargo a meio do mandato; por outro, porque apesar de primeiros-ministros falhados, o cargo internacional que conseguiram fê-los mais importantes que o chefe do Estado. Fê-
-los desinteressarem-se das quezílias da política nacional e dos graves problemas que afetam o país e que tanto Guterres como Barroso não conseguiram resolver. Desinteresse, tanto das figuras cimeiras como do cidadão comum – no fundo, o que estas presidenciais não são mostra-nos o declínio do regime.

Advogado, Escreve à quinta-feira


O desinteresse pelas presidenciais


Outro dia comentei com a minha mulher que, para nosso espanto, as presidenciais são já no domingo. Para quem não anda imerso nas notícias políticas que inundam os jornais, estas eleições passaram de tal forma despercebidas que a sua existência parece surreal. Já? É agora que se escolhe quem vai substituir o Cavaco? E os…


A importância destas presidenciais está no que não são.

E não são o combate, pela chefia do Estado, entre as figuras políticas mais marcantes dos últimos 20 anos. Onde estão António Guterres e Durão Barroso? Desde cedo se percebeu que não iam à luta. Apesar de terem sido as figuras mais importantes dos últimos anos – vamos esquecer José Sócrates por razões óbvias –, a forma como saíram do governo e os cargos que exerceram posteriormente impediu-os de comparecerem nestas eleições.

E há dois pormenores muito interessantes nestas ausências: por um lado, devem-se ao facto de terem desistido do cargo a meio do mandato; por outro, porque apesar de primeiros-ministros falhados, o cargo internacional que conseguiram fê-los mais importantes que o chefe do Estado. Fê-
-los desinteressarem-se das quezílias da política nacional e dos graves problemas que afetam o país e que tanto Guterres como Barroso não conseguiram resolver. Desinteresse, tanto das figuras cimeiras como do cidadão comum – no fundo, o que estas presidenciais não são mostra-nos o declínio do regime.

Advogado, Escreve à quinta-feira