A importância destas presidenciais está no que não são.
E não são o combate, pela chefia do Estado, entre as figuras políticas mais marcantes dos últimos 20 anos. Onde estão António Guterres e Durão Barroso? Desde cedo se percebeu que não iam à luta. Apesar de terem sido as figuras mais importantes dos últimos anos – vamos esquecer José Sócrates por razões óbvias –, a forma como saíram do governo e os cargos que exerceram posteriormente impediu-os de comparecerem nestas eleições.
E há dois pormenores muito interessantes nestas ausências: por um lado, devem-se ao facto de terem desistido do cargo a meio do mandato; por outro, porque apesar de primeiros-ministros falhados, o cargo internacional que conseguiram fê-los mais importantes que o chefe do Estado. Fê-
-los desinteressarem-se das quezílias da política nacional e dos graves problemas que afetam o país e que tanto Guterres como Barroso não conseguiram resolver. Desinteresse, tanto das figuras cimeiras como do cidadão comum – no fundo, o que estas presidenciais não são mostra-nos o declínio do regime.
Advogado, Escreve à quinta-feira