Pelo voto


Em democracia, por natureza e princípio, a abstenção é uma atitude pessoal de voluntária ausência e demissão. Ainda que evocando um “protesto” para justificar tal comportamento político, e apesar de se dispor sempre do voto branco ou nulo para protestar, nas contas da democracia, o abstencionista só tem um peso igual a alguém que já…


O abstencionista não conta, omite-se, não tem opinião válida. Grave é haver gente que vive nessa pia ilusão, e refiro-me aos que se abstêm por uma suposta autossuficiência, como se os que votam fossem um rebanho de ovelhas a fazer “mé mé”. Há também outros que se abstêm por puro desconhecimento, indiferença ou laxismo. A cidadania precisa também de contar com escolas e famílias que formem cidadãos de corpo inteiro.

Nestas eleições existe ainda um fator inédito no peso da abstenção que parece pairar num certo inconsciente coletivo: resulta do facto de qualquer dos candidatos ser sempre melhor do que este que acaba o mandato, porque pior não é possível. Enfim, trata-se de uma ambígua inevitabilidade de peso incerto, mas que pode complicar as contas e os efeitos. Melhor é sempre votar, porque “todos somos soldados numa República”, como bem disse Sampaio da Nóvoa, o único que tem falado de coisas importantes a olhar para o futuro e aquele que terá o meu voto. Mau seria que o próximo Presidente viesse a ser o resultado de qualquer “inevitabilidade” pré-fabricada. Definitivamente, não é disso que precisamos nem é o que desejo para o meu país. Há que virar a página do mofo.

Escreve à terça-feira


Pelo voto


Em democracia, por natureza e princípio, a abstenção é uma atitude pessoal de voluntária ausência e demissão. Ainda que evocando um “protesto” para justificar tal comportamento político, e apesar de se dispor sempre do voto branco ou nulo para protestar, nas contas da democracia, o abstencionista só tem um peso igual a alguém que já…


O abstencionista não conta, omite-se, não tem opinião válida. Grave é haver gente que vive nessa pia ilusão, e refiro-me aos que se abstêm por uma suposta autossuficiência, como se os que votam fossem um rebanho de ovelhas a fazer “mé mé”. Há também outros que se abstêm por puro desconhecimento, indiferença ou laxismo. A cidadania precisa também de contar com escolas e famílias que formem cidadãos de corpo inteiro.

Nestas eleições existe ainda um fator inédito no peso da abstenção que parece pairar num certo inconsciente coletivo: resulta do facto de qualquer dos candidatos ser sempre melhor do que este que acaba o mandato, porque pior não é possível. Enfim, trata-se de uma ambígua inevitabilidade de peso incerto, mas que pode complicar as contas e os efeitos. Melhor é sempre votar, porque “todos somos soldados numa República”, como bem disse Sampaio da Nóvoa, o único que tem falado de coisas importantes a olhar para o futuro e aquele que terá o meu voto. Mau seria que o próximo Presidente viesse a ser o resultado de qualquer “inevitabilidade” pré-fabricada. Definitivamente, não é disso que precisamos nem é o que desejo para o meu país. Há que virar a página do mofo.

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