Criou, em primeiro lugar, duas rotundas no Marquês, inviabilizando a circulação automóvel nessa zona, dizendo que era para combater a poluição. Só que a poluição aumentou, sem que ninguém assuma a responsabilidade pelo desastre causado a uma das zonas mais nobres de Lisboa.
Pelo contrário, a CML pretende ainda fazer mais estragos, transformando Lisboa numa espécie de Banguecoque, em que as pessoas levarão quatro horas para chegar a qualquer lado. É assim que a câmara se propõe transformar Sete Rios, um dos acessos ao centro da cidade, numa praça pedonal, ou reduzir a Segunda Circular a uma avenida arborizada onde os automóveis circularão ainda mais devagar do que hoje. Se a primeira ideia já é monstruosa, a segunda é gravemente perigosa, colocando a cidade em risco de um acidente aéreo colossal, com a proliferação de aves na zona do aeroporto. Mas a CML não desiste das suas iniciativas disparatadas, apesar de avisada das graves consequências, e também nunca assumirá as inerentes responsabilidades.
Lisboa precisa urgentemente de um executivo municipal preocupado com a gestão equilibrada da cidade, e não em martirizar os lisboetas.
Professor da Faculdade de Direito de Lisboa. Escreve à terça-feira