Belém. Marcelo aponta os cinco desafios cruciais que o esperam

Belém. Marcelo aponta os cinco desafios cruciais que o esperam


Num almoço na União das Associações do Comércio e Serviços, Marcelo Rebelo de Sousa apontou os “desafios cruciais” que o país enfrenta e explicou como o papel do Presidente da República será fundamental para os ultrapassar, “na maior parte das vezes de forma discreta” noutras ocasiões com “intervenções públicas”. 


Mesmo que “discretamente” seja um advérbio de modo que usa para caracterizar a forma como se vai comportar se chegar a Belém, Marcelo avisa: “O Presidente da República não é um analista, não é um comentador, é um protagonista cimeiro da vida política”.

Marcelo já tem, de resto, o guião do que vai pautar a sua atividade no Palácio de Belém.

Manter a governabilidade

“Precisamos de ter estabilidade governativa. Não podemos voltar aos governos provisórios”, sublinha o candidato, que considera essencial ter uma solução de governação que dure a legislatura para que Portugal possa sair da crise.

É uma mensagem que Rebelo de Sousa tem repetido diversas vezes: quem está à espera de que contribua para a instabilidade política, não pode contar com ele, tem avisado ao longo da campanha.

Gerar consensos

Marcelo Rebelo de Sousa acha que o facto de os partidos terem ideias e programas diferentes não os deve impedir de alcançar consensos e vê mesmo o Presidente como uma peça fundamental para estabelecer as pontes que permitirão desenvolver políticas mais estáveis.

O candidato defende que matérias como “o sistema educativo, a rede hospitalar, a organização judiciária e os fatores de sustentabilidade da Segurança Social” não podem mudar de orientação política de cada vez que muda o Governo e propõe-se ajudar a encontrar entendimentos que tragam estabilidade.

Construir a coesão social

É um dos temas que têm sido recorrentes na campanha do professor, que tem falado na necessidade de unir o “tecido social que está deslassado” pela crise política e económica. Esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a pôr a “coesão social” e a “concertação social” no topo da agenda que levará para Belém se for eleito no próximo domingo.

Marcelo diz mesmo que é por isso que tem defendido a importância dos “afetos” na política. Por isso, quer ser um Presidente “mais convivial, mais próximo” e tentar que o clima político seja o “menos dramático que seja possível”.

O candidato defendeu ainda a importância de dar a “todos” os parceiros sociais a mesma importância, considerando que a concertação social é uma das conquistas importantes da democracia que devem ser preservadas.

Defender a estabilidade fiscal

Com uma plateia cheia de comerciantes e empresários, Marcelo foi ao encontro de uma das grandes reivindicações do mundo dos negócios: “a estabilidade em termos fiscais”.

Marcelo prometeu trabalhar para que o Governo e a oposição entendam a importância de uma política fiscal estável. Mas também de trabalhar como Presidente para que os fundos europeus cheguem aos empresários com “transparência e sobretudo eficácia”.

Reforçar o sistema financeiro

Para Marcelo Rebelo de Sousa, um dos maiores problemas que Portugal enfrenta é o do financiamento. “É um problema nacional”, aponta explicando que além de aproveitar da melhor forma os fundos que vêm da Europa, o país precisa de um sistema financeiro robusto.

“É muito importante a estabilidade e a força do nosso sistema financeiro”, disse o candidato, que quer também ver a regulação a funcionar melhor nesta área. Sem apontar caminhos para que isso aconteça, Marcelo prometeu que se for eleito será um Presidente atento ao que se passa na banca nacional.

margarida.davim@ionline.pt