O ciclone Alex passou a furacão e vai atingir o arquipélago dos Açores. Em função desta alteração, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) atualizou ontem à tarde o aviso vermelho para os Açores, prevendo que as rajadas de vento possam atingir 160 quilómetros por hora e o mar tenha ondas até 14 metros no grupo central do arquipélago. Segundo o IPMA, para as cinco ilhas deste grupo (Graciosa, Pico, Terceira, São Jorge e Faial), o aviso vermelho para chuva vigora entre as 02h00 e as 14h00 de hoje (mais uma hora em Lisboa), enquanto o mesmo aviso para o mar se mantém entre as 05h00 e as 15h00. O aviso vermelho, o mais grave numa escala de quatro, mas para o vento está em vigor entre as 05h00 e as 14h00 de hoje no mesmo grupo.
Creches fechadas
O Governo Regional dos Açores recomendou entretanto o encerramento de todos os jardins-de-infância e creches das ilhas dos grupos central e oriental durante o dia de hoje, devido ao agravamento do estado do tempo.
O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores já emitiu um alerta e recomendou a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas e a retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento, bem como a adequada fixação de estruturas soltas, como andaimes ou placards e outras estruturas montadas ou suspensas.
A Proteção Civil açoriana aconselha também a manter limpos os sistemas de drenagem e a consolidar telhados, portas e janelas, devendo a população ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas, não devendo praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar.
Para o grupo oriental (São Miguel e Santa Maria) foi também emitido um aviso vermelho para chuva entre as 02h00 e as 14h00 de hoje e para vento, esperando-se nestas ilhas rajadas até 130 quilómetros por hora entre as 05h00 e as 13h00.
De ciclone a furacão
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera anunciou que as previsões meteorológicas indicam que o ciclone tropical Alex passou a furacão e vai atingir os Açores na madrugada e manhã de hoje. “Os vários modelos meteorológicos utilizados neste tipo de situação estão de acordo na trajetória do sistema, pelo que é de esperar que a tempestade atinja mesmo o arquipélago, especialmente durante a madrugada e manhã de sexta-feira”, explicou Carlos Ramalho, da delegação regional dos Açores daquele instituto.
O que é um furacão
Segundo o site Mundo Educação, os furacões, um dos mais temidos eventos naturais, são resultantes da combinação de uma série de fatores atmosféricos e geográficos. Sempre que uma região é atingida por um fenómeno como este, os efeitos são rapidamente sentidos, com a devastação de casas, áreas naturais e, em alguns casos, o registo de várias mortes. Um furacão é um sistema circular de movimentação de ar, numa velocidade superior a 105 km/h e com diâmetro de centenas de quilómetros, resultante da formação de um sistema de baixa pressão sobre regiões oceânicas.
Os furacões surgem quando as águas dos oceanos se tornam mais quentes – com temperaturas iguais ou superiores a 27ºC – e há um elevado índice de evaporação, com a produção de uma grande quantidade de humidade, que será depois convertida nas massas de ar que formam os furacões.
Para surgirem, portanto, os furacões precisam de águas oceânicas quentes, o que é mais comum em regiões tropicais. A exceção talvez tenha sido o furacão Catarina, que atingiu o sul do Brasil no Atlântico Sul, numa zona temperada, no ano de 2004. Naquela ocasião houve uma série de anomalias que contribuíram para o aquecimento incomum das águas da região. Os furacões manifestam-se sempre em formato circular, girando no sentido horário no hemisfério norte e no sentido anti-horário no hemisfério sul. Tal fenómeno deve-se ao efeito de Coriolis, que se manifesta graças ao movimento de rotação da Terra.
Diferentes dos tornados
É importante também entender que os furacões são diferentes de tornados. Os tornados são bem menores (com um diâmetro em torno de 2 km ou um pouco mais), porém com velocidades bem maiores que, nalguns casos, chegam a atingir os 400 km/h. Os tufões, por sua vez, são o mesmo que os furacões, recebendo esse nome apenas em algumas regiões específicas.