Lacão acusa Marcelo de fazer da Constituição moeda de troca “para as suas ambições políticas”

Lacão acusa Marcelo de fazer da Constituição moeda de troca “para as suas ambições políticas”


Jorge Lacão, vice-presidente da AR, fez duras críticas ao candidato que corre com o apoio do PSD e do CDS


No dia 5 da corrida eleitoral para Belém, Sampaio da Nóvoa almoçou com um grupo de apoiantes em Abrantes. E contou com mais um apoio de peso saído do PS. Jorge Lacão, vice-presidente da Assembleia da República, voltou à carga nas criticas a Marcelo Rebelo de Sousa, em quem não confia para ser Presidente da República. "É particulamente exigente a escolha da personalidade para o cargo de Presidente da República", frisou, para descontruir os traços de personalidade do adversário Marcelo. 

O socialista por sublinhar que os portugueses procuram "alguém que não utilize os princípios da República como fatores instumentais para uma qualquer facilidade e para um momento de mera oportunidade". O mesmo é dizer, que no dia 24 os eleitores, ao escolher o próximo Presidente da República, vão previligiar aqueles que "têm respeito pela autonomia dos órgãos do Estado e que saiba cooperar com todos". Essa garantia, afirmou, só lhe é dada por Sampaio da Nóvoa, aguém que tem uma "noção exata da função de Presidente da República no nosso sistema política e exacta noção de missão para o cumprimento desta exigência". 

Mas para que a referência ao adversário do ex-reitor da Universidade de Lisboa fique apenas pelas entrelinhas, Lacão concretizou e puxou da memória o tempo em que, como líder parlamentar do PS, negociou com Marcelo Rebelo de Sousa, então líder do PSD, a revisão Constitucional de 1997. E aí não poupou: "Aquilo que nessa altura de passou foi que o líder do PSD se propunha fazer a revisão Constitucional em 15 dias, na sala de um hotel em Lisboa, entre um comité do PSD e um do PS". E não ficou por aqui. 

"Usar a revisão Constitucional como moeda troca, oferencendo em contrapartida a viabilização dos Orçamentos do Estado. Quando alguém assume a Constituição do seu país como moeda de troca para as suas ambições poíticas e partidárias, esse alguém inspira confiança? Não se pode pedir uma compreensão instrumentos nem da Constituição nem dos órgãos do Estado", clarificou Jorge Lacão. 

Mas o socialista não se deixou ficar por este episódio para atacar a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Lacão lembrou ainda que o ex-líder do PSD deixou uma pesada herança para as mulheres, ao defender o fim da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez.  "Marcelo também deixou essa herança". E ainda mais uma. A regionalização.

"No momento em que o país precisava de encontrar instrumentos sustentados para o desenvolvimento do território, para evitar o empobrecimento do interior, muitos acreditaram que era importante descentralizar o Estado, criar as regiões administrativas. Qual foi a grande herança de Marcelo? Um combate sem tréguas à regionalização. Perdemos, por ventura, uma oportunidade histórica para assegurar a coesão do país entre o litoral e o interior", cobrou o deputado do PS.