David Robert Jones


Dificilmente a morte de uma só pessoa provocaria tanta tristeza em tantas pessoas no mundo inteiro. Dificilmente se poderá acrescentar algo de significativo a tanto bom texto publicado em tantos jornais e em tantas línguas. David Bowie mudou a vida de muita gente, de várias gerações. Em Londres, em Manhattan ou no Porto. Simplesmente.


Como muitos, comecei a ouvir Bowie em cassetes (que já não têm onde ser tocadas), em festas de garagem (que já não se fabricam), e acabei a descarregá-

-lo no iTunes ou no Spotify. Pelo meio houve vinis, VHS, CD e DVD. Bowie não só fez evoluir a música, a fotografia, a moda ou o cinema: acompanhou a tecnologia e antecipou as tendências. Quase sempre um absolute beginner.

Para os ingleses, David Robert Jones fica como um Churchill da música, um Shakespeare dos palcos ou um Beckham de muitas artes. O provocador que recusou da rainha o título de sir. Único, irrepetível, incontornável. Nos últimos 50 anos, é o exemplo acabado da diferença, do risco e da classe. Para os meus amigos, quando o ouvíamos em cassetes e em garagens, era a sensação extraordinária de tudo ser possível desde que se pegasse numa guitarra. A marca de Bowie no Porto fica em dezenas de músicos e de bandas, boas, más, efémeras ou duradouras, das quais o produto cultural mais refinado, salvas as grandes e devidas distâncias, acaba por ser Rui Reininho – com todas as suas fases, estilos e polémicas –, o “nosso” Bowie do Bonfim.

Numa noite de verão dos anos 90 fui ao Estádio Alvalade para, finalmente, poder ver um concerto de David Bowie. O som estava especialmente fraco e não foi grande concerto, é verdade. Mas, para os 20 mil que lá estavam, nunca mais houve outra noite assim. Thank you, Mr. David Bowie. Vamos continuar ao ouvir-te por aí.

Escreve à quinta-feira


David Robert Jones


Dificilmente a morte de uma só pessoa provocaria tanta tristeza em tantas pessoas no mundo inteiro. Dificilmente se poderá acrescentar algo de significativo a tanto bom texto publicado em tantos jornais e em tantas línguas. David Bowie mudou a vida de muita gente, de várias gerações. Em Londres, em Manhattan ou no Porto. Simplesmente.


Como muitos, comecei a ouvir Bowie em cassetes (que já não têm onde ser tocadas), em festas de garagem (que já não se fabricam), e acabei a descarregá-

-lo no iTunes ou no Spotify. Pelo meio houve vinis, VHS, CD e DVD. Bowie não só fez evoluir a música, a fotografia, a moda ou o cinema: acompanhou a tecnologia e antecipou as tendências. Quase sempre um absolute beginner.

Para os ingleses, David Robert Jones fica como um Churchill da música, um Shakespeare dos palcos ou um Beckham de muitas artes. O provocador que recusou da rainha o título de sir. Único, irrepetível, incontornável. Nos últimos 50 anos, é o exemplo acabado da diferença, do risco e da classe. Para os meus amigos, quando o ouvíamos em cassetes e em garagens, era a sensação extraordinária de tudo ser possível desde que se pegasse numa guitarra. A marca de Bowie no Porto fica em dezenas de músicos e de bandas, boas, más, efémeras ou duradouras, das quais o produto cultural mais refinado, salvas as grandes e devidas distâncias, acaba por ser Rui Reininho – com todas as suas fases, estilos e polémicas –, o “nosso” Bowie do Bonfim.

Numa noite de verão dos anos 90 fui ao Estádio Alvalade para, finalmente, poder ver um concerto de David Bowie. O som estava especialmente fraco e não foi grande concerto, é verdade. Mas, para os 20 mil que lá estavam, nunca mais houve outra noite assim. Thank you, Mr. David Bowie. Vamos continuar ao ouvir-te por aí.

Escreve à quinta-feira