Pedro Norton deixa a presidência do conselho de administração da Impresa em março. Preparado durante anos para as maiores responsabilidades no grupo, o CEO era visto como o mais provável sucessor de Francisco Pinto Balsemão no comando da empresa de comunicação social, mas a saída foi anunciada ontem.
O presidente da comissão executiva da Impresa deixa o cargo a um domingo, 6 de Março – o número da sorte de Balsemão e o mesmo dia do mês em que, por exemplo, o chairman do grupo lançou o “Expresso” (6 de janeiro de 1973) e a SIC (6 de outubro de 1992). Na carta divulgada ontem para explicar a saída de Pedro Norton (saída inesperada fora dos círculos mais estritos da empresa), Francisco Pinto Balsemão refere que foi o próprio CEO quem manifestou, “há largos meses”, o desejo de sair para, “sem pressas nem precipitações, dedicar a sua vida profissional a outras áreas de atividade”.
Para o lugar deixado em aberto por Pedro Norton seguirá Francisco Pedro Pinto Balsemão, 35 anos, filho de Pinto Balsemão, sob proposta do chairman aprovada por unanimidade pelo conselho de administração. “É alguém em quem eu acredito, e não acredito nele apenas por ser meu filho e por, como eu, apostar na validade e importância das empresas familiares na economia portuguesa”, refere Balsemão. “Representa, na nova geração de gestores, os millennials. E perante os desafios da era digital, é de pessoas como ele que nós precisamos para continuar a fazer história nos media portugueses.”
O futuro CEO da Impresa está há pouco mais de seis anos no grupo. Atualmente, e desde a última reestruturação – que levou Norton à presidência –, era responsável pelos departamentos de Recursos Humanos, Jurídico e Sustentabilidade.
Nessa mudança, planeada durante um ano, Pedro Norton – que tinha chegado à Impresa em 1992 – assumia a direção do grupo como o projeto da sua vida. Esse foi apenas mais um passo que reforçou a ideia de que seria ele, mais que outra pessoa qualquer, a comandar o barco quando Pinto Balsemão se afastasse.
O fundador do grupo escreve que Norton se dedicará agora a outros projetos. O próprio não é tão claro a esse respeito. “O meu futuro é uma página em branco, mas sempre fui um homem livre e sinto, em consciência, e na sequência de um longo período de maturação, que é chegada a altura certa, para a Impresa e para mim, de fechar um ciclo e de abrir outro.”