A importância de ser Presidente


Teríamos de recuar 30 anos na história para podermos assistir a uma eleição presidencial profundamente ideológica e densamente marcada e influenciada pelo quadro político de Portugal.


As presidenciais deste ano em tudo se poderiam assemelhar às de 86. No debate político, na visão estratégica de um país, no papel da soberania, na relação de Portugal na exigente construção europeia e no contexto do mundo lusófono e, sobretudo, na estratégia e no caminho que o país deve seguir para não voltar a cair na desgraça dos resgates financeiros.

Mas não. Esta eleição nada terá de semelhante com a de 86. É uma eleição sem conteúdo, fraca e francamente preocupante quanto ao vazio ideológico e estratégico para Portugal que diariamente manifesta.

O discurso agradável dos principais candidatos é confrangedor. Falam de afetos, de confiança e de amizades. Sorriem muito. Sorriem entre si. Mas não respondem a uma única dúvida das dezenas, senão centenas, existentes na cabeça dos portugueses. Há condições de governabilidade deste governo? Estamos no caminho certo para evitar um futuro resgate? É possível inverter tão rapidamente as políticas de austeridade sem que soframos com isso no futuro? Tudo isto é seguro? Da boca deles, até dia 24, nada saberemos. Votaremos no escuro porque nada dizem que incomode a sua estratégia eleitoral. Exigia-se muito mais desta eleição. O Presidente terá enormes desafios nos próximos anos e nenhum destes candidatos nos descansa quanto ao que se espera dele. Por muito que se critique Cavaco, ele sempre foi um referencial de estabilidade na sua ação. Sempre soubemos o seu posicionamento e com o que contar dele. É isso que se deve esperar de um Presidente. É isso que nenhum destes candidatos soube garantir-
-nos até agora.

Escreve à segunda-feira


A importância de ser Presidente


Teríamos de recuar 30 anos na história para podermos assistir a uma eleição presidencial profundamente ideológica e densamente marcada e influenciada pelo quadro político de Portugal.


As presidenciais deste ano em tudo se poderiam assemelhar às de 86. No debate político, na visão estratégica de um país, no papel da soberania, na relação de Portugal na exigente construção europeia e no contexto do mundo lusófono e, sobretudo, na estratégia e no caminho que o país deve seguir para não voltar a cair na desgraça dos resgates financeiros.

Mas não. Esta eleição nada terá de semelhante com a de 86. É uma eleição sem conteúdo, fraca e francamente preocupante quanto ao vazio ideológico e estratégico para Portugal que diariamente manifesta.

O discurso agradável dos principais candidatos é confrangedor. Falam de afetos, de confiança e de amizades. Sorriem muito. Sorriem entre si. Mas não respondem a uma única dúvida das dezenas, senão centenas, existentes na cabeça dos portugueses. Há condições de governabilidade deste governo? Estamos no caminho certo para evitar um futuro resgate? É possível inverter tão rapidamente as políticas de austeridade sem que soframos com isso no futuro? Tudo isto é seguro? Da boca deles, até dia 24, nada saberemos. Votaremos no escuro porque nada dizem que incomode a sua estratégia eleitoral. Exigia-se muito mais desta eleição. O Presidente terá enormes desafios nos próximos anos e nenhum destes candidatos nos descansa quanto ao que se espera dele. Por muito que se critique Cavaco, ele sempre foi um referencial de estabilidade na sua ação. Sempre soubemos o seu posicionamento e com o que contar dele. É isso que se deve esperar de um Presidente. É isso que nenhum destes candidatos soube garantir-
-nos até agora.

Escreve à segunda-feira