Síria. Ajuda humanitária finalmente a caminho

Síria. Ajuda humanitária finalmente a caminho


Governo sírio permitiu auxílio em cidades onde a população morre de fome.


O regime de Bashar al-Asad permitiu ontem comboios humanitários para algumas das cidades sírias cercadas e acossadas pela fome. A mais notória é Madaya, onde a ONU foi autorizada a retirar feridos em dezembro. Na altura, foi impedida a prestação de qualquer outro auxílio humanitário.

A Agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários aplaudiu a decisão e anunciou que se prepara para nos próximos dias entrar nestas localidades com assistência. Apelou também às partes em conflito para autorizarem a criação de “corredores humanitários para todas as comunidades que vivem em zonas remotas ou sitiadas”.

Os responsáveis da ONU dizem que cerca de 400 mil pessoas estão cercadas pelas diferentes partes em conflito em 15 locais diferentes, e que outros 4,5 milhões vivem em zonas de difícil acesso. Em 2015 “só em 10% dos locais foi permitida a passagem de comboios de ajuda”. Está, por isso, “especialmente preocupada” com a sorte destes sírios.

A_Agência para a Coordenação de Assuntos Humanitários adianta também que recebeu “informações credíveis sobre a existência de pessoas a morrer de fome ou que são mortas enquanto tentar fugir”. Em Madaya, são perto de 42 mil e receberam o último comboio de ajuda em outubro do ano passado.

Também a BBC cita o relato impressionante de um residente na cidade, Abdel Wahab Ahmed, que confirmou as mortes por fome. Acrescentou que as pessoas não têm outro recurso que não seja comer “terra porque não há mais nada” agora que a “neve matou as folhas e as ervas” que constituíam a sua dieta. Outra pessoa cuja família vive na cidade, acrescentou que que “cães e gatos” estão também a servir de alimento.

A ONU recorda que o direito internacional proíbe que a população seja tomada como refém.