Marcelo a perder com Nóvoa? Sim, aconteceu


A campanha de Sampaio da Nóvoa tem sido uma lástima; a campanha de Marcelo Rebelo de Sousa, um passeio alegre. O debate de ontem entre Marcelo e Nóvoa foi, contra todas as expectativas, favorável ao candidato “sem experiência política”.


A agressividade de Marcelo contra Sampaio da Nóvoa evidenciou um candidato acossado, o oposto da imagem que até aqui Marcelo sempre transmitiu e que as sondagens têm confirmado. Marcelo decidiu, desta vez, passar ao ataque – e esse ataque não só não o favoreceu como contribuiu para que Nóvoa, que foi firme a responder, saísse com melhor imagem do que aquela com que tinha entrado.

Foi particularmente vergonhosa para a democracia no seu conjunto a parte em que Marcelo se vangloriou de fazer uma campanha sem gastar dinheiro por causa da crise, embarcando num populismo baixo. “Não vá por aí”, pediu Nóvoa, cuja notoriedade baixa exige mais meios de campanha, naturalmente. Marcelo insistiu: “Vou, vou, vou.” E vai. E “ao ir por aí” – apenas porque a sua notoriedade televisiva de décadas lhe permite dispensar campanhas tradicionais – mete mais um prego no caixão da democracia.

Nóvoa conseguiu expor algumas contradições de Marcelo – e está a milhas da experiência política e televisiva do outro professor. A discussão que este quis fazer sobre “onde [Nóvoa] esteve no 25 de Novembro de 1975” é especialmente datada e Nóvoa teve a delicadeza de não recordar a Marcelo onde ele estava em 1973.

Para um candidato ganhador segundo todas as sondagens, Marcelo perdeu o seu primeiro debate com um candidato que não tem sido especialmente bem-sucedido – principalmente desde que perdeu a possibilidade de apoio do PS, depois do avanço de Maria de Belém. Cavaco conseguiu ganhar as eleições contra Alegre e Soares, é normal que Marcelo ganhe contra Nóvoa e Belém. Mas já perdeu uma coisa: um debate.

Marcelo a perder com Nóvoa? Sim, aconteceu


A campanha de Sampaio da Nóvoa tem sido uma lástima; a campanha de Marcelo Rebelo de Sousa, um passeio alegre. O debate de ontem entre Marcelo e Nóvoa foi, contra todas as expectativas, favorável ao candidato “sem experiência política”.


A agressividade de Marcelo contra Sampaio da Nóvoa evidenciou um candidato acossado, o oposto da imagem que até aqui Marcelo sempre transmitiu e que as sondagens têm confirmado. Marcelo decidiu, desta vez, passar ao ataque – e esse ataque não só não o favoreceu como contribuiu para que Nóvoa, que foi firme a responder, saísse com melhor imagem do que aquela com que tinha entrado.

Foi particularmente vergonhosa para a democracia no seu conjunto a parte em que Marcelo se vangloriou de fazer uma campanha sem gastar dinheiro por causa da crise, embarcando num populismo baixo. “Não vá por aí”, pediu Nóvoa, cuja notoriedade baixa exige mais meios de campanha, naturalmente. Marcelo insistiu: “Vou, vou, vou.” E vai. E “ao ir por aí” – apenas porque a sua notoriedade televisiva de décadas lhe permite dispensar campanhas tradicionais – mete mais um prego no caixão da democracia.

Nóvoa conseguiu expor algumas contradições de Marcelo – e está a milhas da experiência política e televisiva do outro professor. A discussão que este quis fazer sobre “onde [Nóvoa] esteve no 25 de Novembro de 1975” é especialmente datada e Nóvoa teve a delicadeza de não recordar a Marcelo onde ele estava em 1973.

Para um candidato ganhador segundo todas as sondagens, Marcelo perdeu o seu primeiro debate com um candidato que não tem sido especialmente bem-sucedido – principalmente desde que perdeu a possibilidade de apoio do PS, depois do avanço de Maria de Belém. Cavaco conseguiu ganhar as eleições contra Alegre e Soares, é normal que Marcelo ganhe contra Nóvoa e Belém. Mas já perdeu uma coisa: um debate.