A SAD do FC Porto esteve reunida no final da tarde de ontem com Lopetegui e, às duas partes, faltava apenas acertar pormenores para o acordo final da rescisão do contrato com o treinador, uma informação avançada por vários jornais em Espanha. O técnico basco, com vínculo aos dragões até 2017, não resistiu assim aos maus resultados.
Esta é uma notícia à espera de acontecer. Os indícios do afastamento entre a direção azul-e-branca e o técnico ficaram mais claros quando Pinto da Costa e Antero Henrique faltaram à sessão de treino da equipa principal.
Depois de, na época passada, ter ficado com a sala de troféus vazia – com o campeonato perdido para o Benfica e a Taça de Portugal nas mãos do Sporting, os dois rivais faziam a festa em Lisboa –, Pinto da Costa provava uma coisa rara no seu mandato com mais de três décadas à frente do clube. Foi o ano de estreia em Portugal de Julen Lopetegui, contratado quando era o selecionador de sub-21 de Espanha. E não foi feliz. Agora, na segunda temporada ainda a meio, os maus resultados fizeram precipitar o projeto.
As notícias da saída de Lopetegui foram sendo avançadas por vários jornais espanhóis. O “AS” deu conta de um dia intenso no Dragão e que o FC Porto terá tomado a decisão final de despedir o espanhol.
Foi uma passagem falhada do basco pela Invicta. As (constantes) mexidas na equipa – a que o treinador chamou “rotatividade” –, a mania da perseguição por parte dos jornais e as desculpas constantes foram desgastando a imagem de Lopetegui. E a paciência dos adeptos portistas também foi sofrendo erosão.
Só por uma vez em dois anos e meio Lopetegui experimentou o sabor da liderança e fê-lo apenas durante uma jornada, a 15.a. A derrota no clássico de Alvalade (2-0) atirou o FC Porto novamente para o segundo lugar e o empate com o Rio Ave na quarta-feira (que preencheu uma série negativa que havia começado com o desaire com o Marítimo para a Taça da Liga) foi a gota de água.
Os dragões perderam cinco pontos na corrida pelo título, foram apanhados pelo Benfica no segundo lugar e estão agora a quatro pontos do líder Sporting.
Apesar de ainda continuar na Taça de Portugal, a eliminação na Liga dos Campeões e os maus resultados recentes não seguraram Lopetegui.
No final do jogo com o Rio Ave, no qual tinha visto (uma vez mais) lenços brancos, ainda se defendeu da saída. “Sou treinador, sou profissional e o meu trabalho não é fácil. Há momentos das épocas que são duros, este é um deles. Aquilo que marca o meu trabalho é que amanhã me levanto com muita força para preparar o próximo jogo.”
E ainda parecia ter a receita do sucesso. “Como dar a volta ao momento? Dando a volta. Estamos tão ou mais tristes do que os adeptos. Sabemos que só nós podemos dar a volta, estamos perfeitamente a tempo”, concluiu. Tarde demais?