Chás, mantas e muitas séries para sobreviver a este inverno

Chás, mantas e muitas séries para sobreviver a este inverno


Quando a estações se sucedem sempre na mesma ordem, nada melhor que as novas séries para nos dar a adrenalina necessária para sobreviver ao sofá. O i conta-lhe as maiores novidades deste inverno, sem recorrer ao pecado mortal do spoiler… a propósito sabem que o John Snow vai… 


Não, o inverno não está a chegar, como dizem os outros senhores, bateu-nos à porta há semanas e já antes disso nos tinha obrigado a resgatar mantas e meias da serra do fundo dos nossos armários. Só isso, isso e chás (limão e gengibre ou então hortelã são sempre boas ideias para a estação), nos tem confortado todas as noites. Mas não vai chegar, até porque ainda faltam muitas noites até que o inverno acabe. É este o momento em que vamos à procura de séries para os próximos meses – no final serão sempre elas a salvar-nos – e percebemos que afinal está tudo bem. Entre os aguardados regressos do costume para esta altura do ano, há as estreias do que ainda não vimos mas promete. E muito.

Inauguremos as hostes com James Franco no papel de Jake Epping, um professor de História que faz uma viagem no tempo para tentar evitar o assassínio de John F. Kennedy, em “22/11/63”, justamente a data do homicídio do presidente norte-americano, uma mini-série baseada no livro homónimo de Stephen King que estreia a 15 de fevereiro no Hulu, um serviço de streaming concorrente da Netflix. Sem deixar os clássicos, eis que 14 anos depois do seu último episódio voltam os “Ficheiros Secretos”, num regresso pela mão da Fox (estreia marcada para 25 de janeiro) que está a ser bem recebido pela crítica. A história é retomada exatamente no ponto em que ficou em 2002. “É como se o tempo não tivesse passado”, disse o criador Chris Carter num dos vídeos promocionais da nova temporada, acrescentando que a série “só voltou por causa dos seus fãs”. Goste-se ou não, ninguém tirará a “Ficheiros Secretos” o seu lugar no trono das séries de culto dos anos 90.

De Terence Winter, criador “Boardwalk Empire” e argumentista de “O_Lobo de Wall Street”, uma nova série da HBO a que devemos estar atentos, com estreia marcada para 14 de fevereiro. “Vinyl”, cujo episódio piloto foi realizado por Martin Scorcese e tem Mick Jagger na produção, conta a história de um empresário da música que na Nova Iorque dos anos 70 luta para salvar a sua editora. Ainda antes disso, já a 14 de janeiro, estreia na Netflix “Colony”, uma série de ficção científica que conta com a participação da estrela de “Lost”, Josh Holloway. Referência ainda a “Mad Dogs”, numa readaptação americana da versão britânica de Cris Cole, “Baskets” (a 21 de janeiro, Fox), “The Magician” (dia 25, Syfy) e “American Crime Story”, que estreia a 2 de fevereiro e é uma antologia sobre as histórias de criminosos famosos.

Para completar a lista com uma sugestão completamente diferente temos “Animals” (HBO, 5 de fevereiro), uma série de animação produzida pelos irmãos Duplass (Jay e Mark), os criadores de “Togetherness”, que para quem não conhece pode ser resumida como uma espécie de “Girls” sobre a geração yuppie e que, já agora, estreia a  segunda temporada a 21 de fevereiro. Em “Animals”, cada episódio é dedicado a um animal diferente – confirmados para os primeiros episódios estão ratazanas, pombos, gatos, sempre bichos da cidade a serem afetados pelas questões existenciais que nos preocupam a nós, humanos.

Isto é tudo muito bonito mas… Calma que já lá íamos. Aos regressos, isso mesmo. Daquelas séries que, temporada por temporada, já revimos três vezes a tentar acalmar a ressaca desde o último episódio que já foi quase há um ano. Tantas vezes rever de novo já seria demais. Para abril espera-se,  como sempre, uma nova temporada de “Guerra dos Tronos”, apesar de autor dos livros em que se baseia a série da HBO, RR Martin, ter confessado que não conseguirá ter o sexto livro pronto a tempo. “Sim, tenho muita coisa escrita. Centenas de páginas. Dezenas de capítulos. Mas ainda há muita coisa por fazer. Ainda estou a meses, isto se correr bem”, desabafou há dias  no seu site. Ups, e agora? Agora, siga. Diz quem sabe disto que o atraso não comprometerá a estreia da sexta temporada da série de David Benioff e D.B. Weiss, até porque o os livros têm parecido cada vez menos importantes para a continuação da saga na sua versão televisiva. Vamos ver.

A horas ou não, enquanto não temos isso, temos já a partir de 24 de fevereiro mais uma temporada de “Girls”, a quinta, que poderá bem ser a penúltima, temporada da série de Lena Dunham. Isto porque Dunham, que criou e protaniza a série no papel de Hannah Horvath, já deu a entender que tenciona que o fim daquele que foi o seu maior trabalho até hoje coincida com a sua entrada nos 30. Tudo tem um fim. 

Para nos consolar, mais longe disso poderá estar “House of Cards” que, à semelhança de anos anteriores, estreia nova temporada com poucas semanas de diferença, a 4 de março. Nos EUA, a Netflix disponibiliza todos os episódios de uma vez, aqui teremos que esperar pela transmissão no TV Séries. Disse-se logo que a Netflix chegou a Portugal que esta era uma das grandes falhas. Portanto, queixe-se disso, queixe-se do que quiser, só não venha dizer que nunca mais acaba o inverno.

claudia.sobral@ionline.pt