Os riscos de 2016


Se há algo que nos inquieta quando lemos sobre as origens da Primeira Guerra Mundial é a sensação de impotência. O historiador australiano Christopher Clark chegou a apelidar, na sua obra sobre o tema, os líderes da época de sonâmbulos. As crises, que em cada ano que passava se iam somando, estavam interligadas. A guerra…


Neste ano de 2015 sentiu-se o mesmo: a crise grega, os atentados em Paris, a vinda dos refugiados para a Europa, a intervenção da Rússia na Síria, os atentados na Turquia e o conflito desta com a Rússia, a possível saída do Reino Unido da União Europeia, a crise financeira na China, a recessão no Brasil e em Angola, a confusão espanhola e a crise do regime em Portugal. A juntar-se a esta longa lista ainda temos o endividamento excessivo dos Estados, com os EUA à cabeça. São demasiados acontecimentos, só em 2015; demasiados riscos para 2016.

Esta é a leitura que faço de 2015: a deterioração gradual e continuada do mundo que conhecíamos e que já não serve. Em 2016, assistiremos ao continuar dessa degradação até que surja um novo equilíbrio. Mas, independentemente disso, é importante que tenhamos consciência que esse novo equilíbrio pode não ser estável nem ser ao nosso contento. Pelo contrário, pode até tornar-se perigoso para as liberdades individuais, autoritário e sanguinário como foram para tantos, as ditaduras comunistas e de extrema-direita, que saíram da Primeira Guerra Mundial.
 

Advogado.

Escreve à quinta-feira


Os riscos de 2016


Se há algo que nos inquieta quando lemos sobre as origens da Primeira Guerra Mundial é a sensação de impotência. O historiador australiano Christopher Clark chegou a apelidar, na sua obra sobre o tema, os líderes da época de sonâmbulos. As crises, que em cada ano que passava se iam somando, estavam interligadas. A guerra…


Neste ano de 2015 sentiu-se o mesmo: a crise grega, os atentados em Paris, a vinda dos refugiados para a Europa, a intervenção da Rússia na Síria, os atentados na Turquia e o conflito desta com a Rússia, a possível saída do Reino Unido da União Europeia, a crise financeira na China, a recessão no Brasil e em Angola, a confusão espanhola e a crise do regime em Portugal. A juntar-se a esta longa lista ainda temos o endividamento excessivo dos Estados, com os EUA à cabeça. São demasiados acontecimentos, só em 2015; demasiados riscos para 2016.

Esta é a leitura que faço de 2015: a deterioração gradual e continuada do mundo que conhecíamos e que já não serve. Em 2016, assistiremos ao continuar dessa degradação até que surja um novo equilíbrio. Mas, independentemente disso, é importante que tenhamos consciência que esse novo equilíbrio pode não ser estável nem ser ao nosso contento. Pelo contrário, pode até tornar-se perigoso para as liberdades individuais, autoritário e sanguinário como foram para tantos, as ditaduras comunistas e de extrema-direita, que saíram da Primeira Guerra Mundial.
 

Advogado.

Escreve à quinta-feira