Não foram raras as vezes em que algumas das barbaridades ditas pela personagem com o cabelo paulo nunes, surgiram em conversas com dois grandes amigos da terra do uncle sam. Proporcionou-nos sempre boas risadas e eles, que viviam o fenómeno mais de perto, nunca levaram muito a sério a força da sua candidatura. Ainda há menos de dois meses a elucidação que manobrava a opinião pública e os meios de comunicação ao ritmo de cada nova barbaridade – roubando assim todo o tempo de antena a qualquer outro candidato. Bad publicityis better than no publicity dizem alguns dos gurus que fazem da apologia da estupidez – uma táctica. O problema é que o fenómeno, ao contrário do esperado, não se esgotou. Esperámos sempre que os americanos acordassem para o evidente, mas para grande espanto, Donald Trump nunca deixou de liderar as sondagens dos republicanos. Aliás, se ontem não se sabia bem onde o Trump se situava em relação a muitos assuntos, hoje sabe-se bem de mais. Para lá da hipocrisia e ignorância de alguém que fez fortuna num país que se fez no seu melhor em grande parte por acção de indígenas e imigrantes, está o racismo quase como imagem de marca. E isso leva-nos a questionar se a sua popularidade se explica por isso mesmo e não apesar disso. A segunda não deixaria de ser ainda mais preocupante em relação a uma parte substancial daquele país.
Best case scenario para o novo ano de 2016 e contrariando as sondagens de hoje, perde ainda na corrida republicana e será relembrado como uma distracção. O middle ground será ganhar amanhã para perder depois de amanhã; permanecendo como uma chacota generalizada do sistema politico americano. Com efeitos no próprio sistema, mas sobretudo na credibilidade do partido republicano. Worst case scenario é o cabelo do paulo nunes chegar à casa branca. Este cenário carrega efeitos terríveis: iminência de uma III guerra mundial, afirmação política a um nível global de regimes totalitários e antiamericanos, maior força do terrorismo, e o fecho de muitas empresas estrangeiras em solo americano. Cabe aos americanos decidirem. Oxalá não fossem só eles a decidir o que tanto conta para o mundo também. Bom 2016.