O tempo de médio de venda de casas diminuiu este ano e o valor praticado manteve-se estável, não se registando “grandes variações entre ciclos económicos”. A garantia foi dada foi dada ao i pelas várias mediadoras contactadas. No entanto, no segmento médio alto e de luxo, “registou-se um aumento do valor médio do metro quadrado”, refere o administrador da Century 21, Ricardo Sousa.
Já a Remax aponta para um crescimento de 30% nas transações de venda até Novembro face ao período homólogo do ano passado, que tinha sido o melhor ano da mediadora, desde 2000 quando começou a operar em Portugal. “A retoma do crédito bancário impactou positivamente o mercado imobiliário, contribuindo para uma maior dinâmica”, salienta a CEO da empresa, Beatriz Rubio.
Já a procura aumentou em todo território português, com maior incidência no centro das principais cidades (Lisboa e Porto) e no Algarve. “Mas é importante assinalar o início da recuperação da periferia das grandes cidades, que oferecem hoje grandes oportunidades de negócio, nomeadamente, na compra para arrendamento (rentabilidades brutas entre 4 e 8%) e na compra para remodelação e venda”, acrescenta o diretor-geral da ERA, Miguel Poisson.
Mas Ricardo Sousa lembra também que a procura foca-se ainda nas zonas residenciais com maior proximidade às principais zonas históricas, mar e rio, transportes públicos e escolas e isso acaba por se reflectir no preço a pagar. “As localizações prime e as zonas históricas da cidade de Lisboa foram as que registaram a maior variação de valor, em consequência da forte procura internacional”.
Já em relação às tipologias mais procuradas pelos portugueses durante este ano variam consoante os compradores, mas as mediadoras são unânimes em relação aos T2 e T3 a liderar o top de preferências. No entanto, a Century 21 aponta os T1 para os casos de primeira habitação.
Vistos Gold As mediadoras garantem que sentiram um impacto muito residual em relação à suspensão que foi levada a cabo pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) durante este ano. E garantem que o mercado dos Vistos Gold está muito concentrado na cidade de Lisboa e tem pouco peso no mercado como um tudo. “Este tipo de investidor tem três mercados base, a nível mundial – EUA, Canadá e Austrália – os restantes mercados são marginais e, em particular o mercado português, regista uma procura muito volátil neste segmento, que sentimos que começa a direcionar-se para outros países, como por exemplo Espanha. Mas nos últimos anos, Portugal posicionou-se bastante bem e acreditamos, apesar de menos significativa, a procura continuará”, refere Ricardo Sousa.
Menos optimista em relação a esta questão esteve a APEMIP que, na altura da suspensão destas licenças, revelou que era “uma péssima notícia, que poderá ter consequências muito graves no que toca à percepção da credibilidade do programa por potenciais investidores. Depois da operação labirinto, surgir mais um entrave processual desta ordem, é convidar os investidores a procurarem outros países para investirem o seu dinheiro. Esta situação é incompreensível, e quem fica a perder é, apenas e só, o nosso país”. Sónia Peres Pinto