Vamos aos números e não tanto à Eva da Bíblia. Falamos de Eva Carneiro, médica do staff do Chelsea, que iniciou uma guerra com José Mourinho a 8 de Agosto deste ano, após o empate caseiro (2-2) com o Swansea City, no primeiro encontro para a liga inglesa. Quase no fim do jogo, Eden Hazard lesiona-se, e os blues já só tinham dez em campo. O árbitro apitou, mandou a equipa médica entrar, o que deixou Mourinho furioso. “Estou insatisfeito com o meu staff, foram ingénuos e impulsivos”, disse no fim do jogo. Este início de guerra culmina agora com os dois fora do Chelsea.
Eva saiu do clube e processou o treinador português. Choveram acusações de sexismo, o plantel dividiu-se, e os médicos da liga inglesa insurgiram-se porque o fisioterapeuta Joan Fearn não teve o mesmo castigo. Pois, só que esses processos acabariam por se esvaziar, mas a ferida nunca mais iria sarar.
Tape os olhos para o resto da temporada. Em 25 jogos, onze derrotas, nove foram no campeonato, deixando o Chelsea na 16.ª posição. Oito dias depois desse jogo, a visita a Manchester para o City e uma saída com três socos e encostado às cordas. Ao terceiro jogo em Agosto, e o 100.º de Mourinho, nova derrota, com o Crystal Palace (1-2) em casa.
Mais um derrota, fora com o Everton em Setembro, e o quadro começava a ficar negro. “É a primeira vez que José Mourinho está sob uma enorme pressão”, disse Chris Sutton, antigo avançado do Blackburn. Wait, uma viória rara, nestas alturas: recebeu e venceu o Arsenal por 2-0. Ufa, melhor? Não, nem por isso. Mais um jogo para perder pontos, desta vez na Liga dos Campeões e logo contra o Porto (2-1).
“Eu não vou fugir” disse o setubalense depois de mais um resultado inglório contra o Southampton, um 3-1 em Outubro, que se foi tornando hábito em Stamford Bridge. Isso e a guerra contra os árbitros, que lhe deu uma multa de 68 mil euros. Vá, só mais duas derrotas neste mês- uma contra o West Ham (2-1) e outra com o novo Liverpool de Klopp (1-3) e uns míseros onze pontos em onze jogos. Chega? Nooo.
A 2 de Novembro, Mourinho descobre que é processado por Eva e que tem de pagar a tal multa, segundo a Federação Inglesa. Cinco dias depois, Mourinho vê na televisão (por estar suspenso) mais um desaire contra o Stoke por 1-0. Depois um ponto contra o Tottenham, mas a relação com jogadores como Diego Costa pioraria.
Chega o mês do Natal e mais duas prendas envenenadas: uma derrota com o recém-promovido Bournemouth- algo que não acontecia desde 2001 frente ao Charlton- e a última com o Leicester por 2-1. Sim, a equipa que vai em primeiro e que tem Claudio Ranieiri, o preterido em nome do Mourinho na sua primeira aventura londrina. Moral desta história? O Chelsea nunca tinha perdido tantos jogos na sua história.
