Durante uma semana, o jornal “Periòdica de Andorra” vai publicar uma sondagem diária sobre as eleições espanholas, até o próprio dia 20 de Dezembro.
O jornal justifica a iniciativa dizendo o seguinte: “como fez nas campanha das eleições gerais de 2008, e as catalães de 2010, as municipais de 2015, o jornal encarregou o GESOP de fazer um barómetro diário sobre as expectativas eleitorais em Espanha. O paradoxo que é o facto dos eleitores poderem consultar num diário de um país vizinho, Andorra, sondagens que estão proibidas em Espanha é da responsabilidade exclusiva dos partidos políticos com representação parlamentar, que ao reformarem a lei eleitoral no ano de 2011 renunciaram a adaptá-la à nova realidade digital”. O diário de Andorra afirma que é pouco democrático que as elites e os partidos tenham acesso a estudos que a maioria da população está proibida de conhecer, justificando assim a sua publicação.
A segunda sondagem publicada pelo “Periòdica D’Andorra”, realizado pelo GESOP, o primeiro estudo feito depois do debate televisivo “Cara a Cara”, entre Mariano Rajoy e Pedro Sánchez, tem um resultado irónico: ganhou o debate o partido que lá não esteve: o Podemos. De resto, esta segunda sondagem diária “proibida” publicada pelo jornal diário de Andorra confirma as tendências anteriores: subida significativa do Podemos, descida dos socialistas e do Ciudadanos e manutenção do PP.
Se as eleições fossem no dia 15 de Dezembro, o PP, de Mariano Rajoy obteria, segundo o GESOP, cerca de 25,4% dos votos; o PSOE, de Pedro Sánchez, 20,6%; o Podemos, de Pablo Iglesias, 19,6%; e os Ciudadanos, de Albert Rivera, descem para 16,3%.
Os socialistas foram os mais castigados pela prestação do seu líder, que atacou forte e feio Rajoy no debate a dois. O PP mantém, mais ou menos, a votação antes do debate, mas ganha parte dos deputados perdidos pelos Ciudadanos, devido à queda em relação a anteriores sondagens. O partido de Mariano Rajoy conquistaria mais dois deputados em relação à sondagem de segunda-feira, ficando entre os 106-110; o Podemos subiria três deputados, ficando entre 66-70 eleitos; o PSOE entre 81-85 eleitos; os Ciudadanos atingiria entra 54-58 eleitos; a Esquerda Unida entre 3-5 deputados; e os outros, maioritariamente partidos nacionalistas, entre 28-34 deputados.
Com estes resultados, mesmo que PP e Ciudadanos tivessem atingido o máximo no intervalo das sondagem, só obteriam 168 deputados, longe dos 176 necessários para obter a maioria absoluta no Congresso, a câmara baixa das Cortes. O que significa que Podemos, PSOE, Esquerda Unida e partidos nacionalistas somados poderiam obter entre 178 e 194 deputados, uma maioria absoluta sem terem de contar com os Ciudadanos.