"Havia eleições e era preciso fingir que estava tudo bem", atacou a líder do BE, atacando o Governo de Passos Coelho por ter escondido durante seis meses uma carta da Comissão Europeia sobre a situação do Banif.
"Não há maior irresponsabilidade do que esconder informação", lançou Catarina Martins.
Jerónimo de Sousa lembrou mesmo a resposta de Passos quando o confrontou com o problema do Banif quando ainda era primeiro-ministro.
Na altura, Passos explicou que o montante investido pelo Estado era um bom negócio, por causa dos juros praticados. "Enganou-se ou quis enganar alguém?", questionou o líder comunista.
Costa diz não poder dar garantias aos contribuintes
Costa, que ontem recusou "teorizar sobre responsabilidades" do Governo anterior, hoje não resistiu a admitir que tem um "espaço limitado de tempo" para "corrigir o que devia ter sido corrigido há mais tempo".
Lembrando o processo de venda do banco que está em curso e explicando não o querer prejudicar, o primeiro-ministro voltou a admitir não poder garantir que o processo não tenha custos para os contribuintes.
Recorde-se que dos cerca de mil milhões de euros investidos pelo Estado entre 2012 e 2013, ainda estão por devolver aos cofres públicos 825 milhões de euros.
Costa voltou, contudo, a descansar os depositantes, garantindo que todos os seus depósitos estão garantidos independentemente do seu montante.
Portas não saiu em defesa de Passos
Apesar dos ataques à actuação do anterior Governo feitos pela esquerda, Paulo Portas preferiu usar as suas intervenções para falar de escolas e do problema do Porto de Lisboa, abrindo uma polémica com Costa ao sugerir que o primeiro-ministro pedisse ao PCP que para desconvocar greves que, em seu entender, prejudicam a economia.
"Um insulto", considerou António Costa, que lamentou a visão do CDS das greves e garantiu que o anterior Governo permanecerá como o "campeão das greves".