O governo deveria ter vendido o Banif em Março, mas o executivo considerou que essa “não era a melhor solução” porque ainda tinha em mãos a venda do Novo Banco. A afirmação foi feita pelo presidente da instituição financeira, Jorge Tomé, acrescentando ainda que, essa decisão foi provavelmente para “não misturar os processos”.
Jorge Tomé afastou, no entanto, qualquer comparação que se possa fazer entre a situação que o Banif está a viver e a que levou à medida de resolução aplicada ao BES. O presidente do Banif disse também que o governo lhe tinha garantido que “se aparecessem propostas de compra do banco, olharia para elas”, mas afastou sempre a ideia de “abrir um concurso”.
Já em relação ao prazo curto que há agora para a venda do Banif – até ao final do mês – Jorge Tomé afirma que acaba por ter “implicações no preço”, mas que salienta que acredita no projecto que é o Banif.
Também António Costa depois de se ter reunido com os partidos, terça-feira à noite, juntamente com o governador do Banco de Portugal e com o ministro das Finanças, afirmou que o custo para os contribuintes resultantes da “salvação” do Banif dependerá da solução final do processo em curso naquele banco.
Sobre os depositantes, o primeiro-ministro afirmou que “têm todas as razões para estarem plenamente confiantes na integridade dos seus depósitos, independentemente dos seus montantes”. “Quanto ao dinheiro público investido no banco, isso dependerá muito da solução final. Não posso dar a mesma garantia”, afirmou.
Recorde-se que o banco ainda não pagou ao Estado uma quantia de 125 milhões de euros contraída como dívida concedida pelo Estado no plano de recapitalização implementado em Janeiro de 2013 e que se previa que fosse reembolsada na totalidade em Dezembro de 2014.