O golpista Jerónimo tem toda a razão. O Partido Comunista Português é uma instituição com princípios sólidos de muitos anos, que resistiu a ventos e marés, a perestroikas e outras coisas horríveis como a queda do Muro de Berlim, que não aderiu a modernices e mantém intactas as suas múltiplas cassetes.
Era só o que faltava aparecer por aí uma pequena golpista, actriz de profissão, deslumbrada com a popularidade e com o poder, a tentar passar a perna ao golpista Jerónimo com a cumplicidade do golpista Costa, agora o mais do que relativo presidente do Conselho. As ménages à trois têm destas coisas. O ciúme é mau conselheiro e pode dar cabo de uma relação arduamente construída com o único objectivo de afastar do poder os vencedores das eleições de 4 de Outubro, uma monumental golpada parlamentar que levou os derrotados das eleições para o governo desta triste e pobre III República que, a exemplo da primeira, tem um Costa à frente dos golpistas. Mas a indignação do golpista Jerónimo é perfeitamente admissível.
O braço armado dos comunistas no mundo laboral insiste no aumento do salário mínimo nacional para 600 euros já em 2016. É evidente que a conversa da CGTP, como a do PCP, é sempre a mesma. Aparece sempre com propostas suicidas para as empresas e os trabalhadores com o único objectivo de não assinar qualquer acordo em sede de concertação. Foi assim no passado, será assim no futuro. A concertação social é algo que não passa pela cabeça dos comunistas. O diálogo entre patrões e trabalhadores é algo que viola a cassete comunista e a CGTP tudo tem feito ao longo dos anos para destruir um órgão criado nos anos oitenta por socialistas democráticos e sociais-democratas. Logo agora que o PCP e a CGTP já esfregavam as mãos com o fim desse órgão que mistura explorados e exploradores, eis que aparece no caminho a pequena golpista Catarina a fazer fretes ao mais do que relativo presidente do Conselho numa matéria tão cara aos comunistas.
A pequena golpista Catarina concorda com uma subida gradual do salário mínimo, um sacrilégio que levou o golpista Jerónimo a lembrar muito bem que o PCP, ao contrário do Bloco de Esquerda, tem princípios e não se vende por prebendas, mordomias ou lugares no aparelho do Estado. como esse órgão fundamental para democracia e a felicidade dos portugueses chamado Conselho de Estado. O golpista Jerónimo, justamente indignado, atirou uma grande pedrada ao seu parceiro na ménage à trois ao lembrar-lhe que não sabe qual é a ideologia política da agremiação liderada pela pequena golpista Catarina.
A ciumeira é muita e pode mesmo chegar a um ponto perigoso quando o Groucho Marx das Finanças levar o esboço do Orçamento do Estado de 2016 a Bruxelas para ser examinado pela Comissão Europeia e o Eurogrupo. Um Orçamento do Estado que vai exigir ao Grouxo Marx das Finanças uma imaginação prodigiosa para compatibilizar as propostas despesistas dos parceiros da ménage à trois com a previsível estagnação da economia no ano que vem. As promessas dos golpistas do PS, a que se juntaram mais umas tantas dos golpistas do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, baseavam-se no extraordinário crescimento de 2,4% do PIB em 2016 e de um espantoso 3,1% em 2017, algo que não acontece neste pobre país há quinze anos.
Como os homens e mulheres de Bruxelas e do Eurogrupo estão de pé atrás com o golpista Costa e o seu Grouxo Marx das Finanças, é natural que o Orçamento do Estado de 2016 dê pano para mangas e muito ranger de dentes entre os parceiros da ménage à trois. Seja como for, será sempre um espectáculo digno de se ver. Até porque não é todos os dias que se assiste de borla a tamanha pornografia. Democrática, claro está.