Um Trump à portuguesa


Entre jantares de Natal, trágicos atropelamentos a grafitters e uma cidade cheia de espanhóis, o tema dominante gira em torno dos excessos verbais de Pedro Arroja. Um clássico da literatura moderna. A este nível, nada de novo.


Embora possam parecer novidade, as declarações incendiárias de Pedro Arroja fazem parte do mundo contemporâneo pelo menos desde finais do século passado. Por excelente economista que seja (consta que é), por extraordinário consultor de que se revele (diz-se ser o caso), trata-se essencialmente de um desbocado com tendência (e, além disso, vontade) para a polémica. Violenta e regular, como convém a quem quer aparecer. A verdade é que Pedro Arroja já era alguém muito antes de Donald Trump entrar em campo para lhe fazer concorrência em matéria de populismo barato.

Os recentes comentários de natureza xenófoba, homofóbica ou machista são parte de todo um historial de incontinência – “Uma comunidade de homossexuais é uma comunidade sempre pronta a explodir em violência”, blog Portugal Contemporâneo, 2010, por exemplo. A diferença é que a dignidade agora ofendida do Bloco traz o Prof. Arroja de volta às notícias.

Pedro Arroja pode, se quiser, passar por ser um Lopetegui do comentário mediático, sempre mal-encarado e maldisposto com a vida. Pode, se lhe apetecer, encarnar um liberalismo extremista. Se houver quem se disponha a segui-lo, pode mesmo formar um partido e concorrer a eleições. Como qualquer outro, Arroja é livre para pensar e livre para se exprimir.

Nós somos livres de encontrar pouco mais do que imbecilidades entre aquilo que diz e que escreve. Sendo que, felizmente, não se corre o risco de se confundirem as suas opiniões com a cidade a partir da qual as emite.

Escreve à quinta-feira


Um Trump à portuguesa


Entre jantares de Natal, trágicos atropelamentos a grafitters e uma cidade cheia de espanhóis, o tema dominante gira em torno dos excessos verbais de Pedro Arroja. Um clássico da literatura moderna. A este nível, nada de novo.


Embora possam parecer novidade, as declarações incendiárias de Pedro Arroja fazem parte do mundo contemporâneo pelo menos desde finais do século passado. Por excelente economista que seja (consta que é), por extraordinário consultor de que se revele (diz-se ser o caso), trata-se essencialmente de um desbocado com tendência (e, além disso, vontade) para a polémica. Violenta e regular, como convém a quem quer aparecer. A verdade é que Pedro Arroja já era alguém muito antes de Donald Trump entrar em campo para lhe fazer concorrência em matéria de populismo barato.

Os recentes comentários de natureza xenófoba, homofóbica ou machista são parte de todo um historial de incontinência – “Uma comunidade de homossexuais é uma comunidade sempre pronta a explodir em violência”, blog Portugal Contemporâneo, 2010, por exemplo. A diferença é que a dignidade agora ofendida do Bloco traz o Prof. Arroja de volta às notícias.

Pedro Arroja pode, se quiser, passar por ser um Lopetegui do comentário mediático, sempre mal-encarado e maldisposto com a vida. Pode, se lhe apetecer, encarnar um liberalismo extremista. Se houver quem se disponha a segui-lo, pode mesmo formar um partido e concorrer a eleições. Como qualquer outro, Arroja é livre para pensar e livre para se exprimir.

Nós somos livres de encontrar pouco mais do que imbecilidades entre aquilo que diz e que escreve. Sendo que, felizmente, não se corre o risco de se confundirem as suas opiniões com a cidade a partir da qual as emite.

Escreve à quinta-feira