FCP. Despromovido para a Liga aarghhh Europa

FCP. Despromovido para a Liga aarghhh Europa


A linha azul do metro do Porto, o Andante, parte no Senhor de Matosinhos. Passa pelo Mercado, Parque de Real, Estádio do Mar, Sete Bicas, Ramalde, Casa da Música, Carolina Michaelis, Lapa, Bolhão, Heroísmo e Campanhã até desaguar no Estádio do Dragão. Qual é a próxima estação? Liga Europa. Ou melhor, Liga aaaarghhhh Europa. Que…


A derrota em Stamford Bridge (2-0) aliada à vitória magra do Dínamo Kiev sobre o Maccabi (1-0) atiram o Porto para o terceiro lugar e definem o Benfica como único (digno) representante português no sorteio dos oitavos. Sem um golo nos últimos 180 minutos (2-0 do Dínamo no Dragão e agora isto em Londres), o Porto sai da prova sem honra nem glória na primeira vez em 17 épocas que o guarda-redes Iker Casillas não se apura para a fase seguinte. Triste mas verdade.

RADAR Lopetegui começa mal. Muito mal. No seu onze, não há um nove de serviço. Em ano e meio de gestão, é uma estreia. No jogo decisivo, Julen mete Aboubakar no banco de suplentes, ao lado de Rúben Neves, capitão nos últimos três jogos.

Como se isso fosse pouco, há a titularidade de Imbula (nunca mais calçara desde o penálti absurdo com o Dínamo) e um número exagerado de defesas como Maxi, Maicon, Marcano, Indi e Layún. Como arrumar toda aquela gente? No início, ainda se pensar em Indi como lateral-esquerdo e Layún como extremo. Nada disso.

O Porto entra com Casillas na baliza. Vá lá, aqui até damos o braço a torcer a Lopetegui – o homem tem olho para a coisa e acerta. A defesa é ocupada por cinco elementos. Um 5-3-2? Sim, embora Maxi e Layún tenham pulmão para tornar aquilo um 3-5-2. O problema esbarra na novidade de jogar sem 9 e ainda os três centrais. É muita coisa junta.

ZOOM Se é verdade que o Chelsea está mal, em 14.º lugar na Premier League com mais derrotas (oito) que resultados úteis (três vitórias e quatro empates), convém não exagerar por aí além sob risco de o feitiço virar contra o feiticeiro. Okay, o Porto t(r)oca a bola como ninguém, o Chelsea assiste. Os adeptos idem. E que tal incomodar Courtois? Isso agora…

Ainda o onze de Mourinho está meio letárgico (o empate serve-lhe para chegar aos oitavos) e a bola já lá mora dentro da baliza de Iker. O lance é caricato numa simbiose esquisita a dar razão à Lei de Murphy. O belga Hazard lança Diego Costa e Marcano é batido sem apelo nem agravo. Isolado, Diego Costa permite a defesa corajosa de Iker. Acto contínuo, a bola ressalta em Marcano e entra na baliza por pouco. O assistente valida (e bem) o golo. É o 1-0 aos 11’.

MAIS Daqui para a frente, até ao intervalo, o Porto não se entende mais com a bola nem sequer entra na área do Chelsea. Num mistro de nervosismo e desconcentração, há mais pontapés nos adversários do que na bola (três amarelos: Maxi, Danilo e Indi).

Espantosamente, Lopetegui aborda a segunda parte como se nada estivesse errado. Sem jogar bem nem assim-assim, o Chelsea marca o 2-0, novamente num lance de Hazard. A assinatura é de Willian: sétimo golo da época, o primeiro de bola corrida (todos os outros de livre, incluindo o do Dragão). Só aí, aos 57’, é que entra Aboubakar. E depois Tello. O Porto aventura-se mais e Courtois lá justifica a sua semanada. E Casillas? Vê uma bola de Hazard ao poste (81’). A Liga Europa espera-o. Pela primeira vez. Bienvenido Iker.