A polémica declaração surge dias depois de um casal de muçulmanos ter assassinado 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia.
Trump refere que o “ódio em relação aos EUA é incompreensível” e defende que enquanto o país “não souber lidar com o problema e entender os perigos que ele representa” não poderá continuar “a ser vítima de ataques horrendos de pessoas que só acreditam na jihad e não têm sentido de respeito pela vida humana”.
Ainda em Setembro o mesmo candidato republicano afirmara “amar os muçulmanos” mas, como nota o New York Times, “não é a primeira vez que Trump recorre a declarações chocantes assim que a sua liderança no campo republicano parece ameaçada”.
O jornal recorda uma sondagem publicada horas antes, na segunda-feira, roubava a Trump a liderança nas primárias republicanas no Iowa – que apesar de pequenas dimensões é um estado determinante na corrida presidencial por ser o primeiro a escolher o seu candidato (1 de Fevereiro de 2016).
Na sua declaração o polémico candidato cita um estudo do Centro de Políticas de Segurança, onde é revelado que 25% dos inquiridos acreditam que “a violência contra norte-americanos nos EUA é justificada como fazendo parte da jihad global”. O mesmo estudo, segundo Trump, conclui ainda que 51% defende que “os muçulmanos devem ter o direito de serem governados segundo as leis da sharia” – a lei islâmica que Trump diz “autorizar atrocidades como assassinar não crentes que não se convertam, decapitações e atos inimagináveis que ameaçam os norte-americanos, especialmente as mulheres”.
Entre o rol de críticas que não se fizeram esperar na reação às palavras de Trump, o New York Times lembra que “o presidente e fundador” da empresa de sondagens citada por Trump, Frank Gaffney, já defendeu que “o Presidente Obama tem ligações à Irmandade Muçulmana” e que este grupo egípcio tem “gente infiltrada no Governos dos EUA, no Partido Republicano e em organizações políticas conservadoras”.
Entre os candidatos à sucessão de Barack Obama, tanto no lado republicano como democrata, a reação não foi melhor: Jeb Bush, umk dos principais rivais dentro do partido republicano, chamou a Trump “desengonçado”, enquanto Marco Rubio, outro companheiro de partido, considerou a proposta “ofensiva e bizarra”. Já no campo democrata, Hillary Clinton criticou a ideia “censurável e preconceituosa”.