Passos Coelho
Presidente do PSD
Só falou no último dia do debate e evitou o confronto directo com Costa. O ex-primeiro-ministro insistiu no pecado capital do PS (não venceu as eleições) e lembrou que, em matéria de recuperação de rendimentos, o novo PM está a prometer a retoma iniciada pelo PSDe CDS em 2014, embora de forma menos cautelosa. Passos esteve na primeira fila do parlamento e riu-se quando Centeno se referiu à instabilidade do sistema financeiro, em jeito de desculpa antecipada…
Paulo Portas
Presidente do CDS
A intervenção do líder do CDS é sempre, à direita e à esquerda, uma das mais aguardadas. Portas chegou, falou e até arrancou sorrisos desconcertados às bancadas da nova maioria. Referiu-se a Costa, Catarina, Jerónimo e Heloísa como os novos BBF (best friends forever) da política, ao ponto de não votarem uma moção de rejeição da direita. Portas avisou que Costa está nas mãos do PCPe garantiu que é de Jerónimo que depende o futuro de Costa.
Jerónimo de Sousa
Secretátio-geral do PCP
O líder comunista tirou o PS da lista negra do PCPe isolou PSD e CDS no campo dos maus. Costa pode contar com o apoio do PCP para governar. Mas precisa de se manter à esquerda. O debate foi precioso para governo e PCP actualizarem a confiança um no outro. Algumas dúvidas persistem. Costa prometeu não apresentar medidas que não agradem ao PCP. E pediu uma clarificação. Jerónimo respondeu com o programa de governo do PS.
Carlos César
Líder Parlamentar do PS
César manteve segura a sua bancada e tentou colocar a direita no lugar que lhe está reservado: o da oposição. Criticou a postura de bota-abaixo do PSD e do CDS e disse “nunca” pensar que o papel reservado à oposição “seja apenas o de se opor”. E até citou Portas, dizendo que “precisamos de uma oposição responsável, ai precisamos”. Em resposta ao PSD e ao CDS, saudou Portas e Passos na qualidade de “líderes dos partidos minoritários”.
António Costa
Primeiro-ministro
Costa está confiante e passou ao lado dos ataques da direita. Reagiu com ironia sempre que a direita questionava a sua legitimidade política para ser primeiro-ministro. Lembrou, em jeito de anúncio, promessas para a economia, mar e recuperação de rendimentos. À cabeça: o anúncio de 100 milhões de euros, a redução do IVA da restauração para 13% e o aumento do salário mínimo para 530 euros já no próximo ano. E ainda o regresso do Simplex de Sócrates.
Mário Centeno
Ministro das Finanças
Fez um discurso semelhante ao da sua antecessora, Maria Luís Albuquerque, em matéria de banca. Admitiu que vai garantir “protecção sem limites” aos contribuintes e ao Estado nos processos do Novo Banco e do Banif e alertou para a sensibilidade e importância do sistema financeiro. Centeno prometeu virar a página da austeridade e referiu-se à saída limpa do resgate financeiro como um “resultado pequeno para propaganda enorme”.
Catarina Martins
Porta-voz do BE
Portas resumiu: “O BE está na lapela de António Costa.” Catarina Martins estendeu a passadeira ao governo: no que do seu partido depender, Costa cumpre uma legislatura. Defendeu o programa de governo, depois de o PSD o classificar de “rapsódia”, e garantiu que o programa “assenta sobre pontos essenciais”. A porta-voz do BE foi a primeira a desafiar a direita a apresentar uma moção de rejeição ao governo: “Cá estaremos para chumbá-la”, garantiu.