Paulo Portas calou as bancadas da esquerda que já se incomodavam com o facto de nem o líder do CDS nem o líder do PSD ainda não terem usada a palavra no debate do programa do XXI governo constitucional. Portas foi o primeiro a falar no segundo e último dia de debate. Passos só fala no encerramento, à tarde, já sem direito a interpelações das bancadas parlamentares. Mas o ex-primeiro-ministro, ao seu melhor estilo, fez o favor de irritar e até de arrancar alguns sorrisos desconcertados aos deputados da esquerda.
"Senhor primeiro-ministro, vírgula, mas senhor primeiro-ministro que o povo não escolheu", começou por saudar Portas. Estava dado o mote. O ex-vice-primeiro-ministro sublinhou a "ilegitimidade política" do governo do PS ("Costa é o primeiro caso em democracia de um político que tinha de ser primeiro-ministro à viva força para poder aspirar a manter-se como líder do seu partido" ou "Costa só é primeiroministro porque não tendo o povo votado nele está o Presidente da República impedido de voltar a chamar o povo português") para afirmar que "de António Costa poderá sempre se dizer que os fins justificam os meios".
Depois chamou ao discurso os partidos à esquerda parlamentar, BE, PCP e PEV, que vão aprovar o programa de governo e chumbar a moção de rejeição ao programa que PSD e CDS vão apresentar. Aliás, sobre a moção da direita, Portas não deixou de notar que "ficam exlcuídos hoje (da votação da moção de rejeição) os seus BFF's (Best Friend Forever): Catarina BFF de António, António BFF de Heloísa.. depenerá deles ficar ou cair", atirou o líder do CDS.
Mas à direita o que interessa neste debate é colar o governo ao PCP, o mesmo dizer tentar demonstrar que Costa cedeu a Jerónimo de Sousa, líder dos comunistas, para poder formar governo. É tanto que Portas não hesitou em afirmar que "o Bloco de Esqueda está na lapela do dr. Costa, é a vontade do PCP que decidirá o destino do governo de Portugal".
Para o líder dos centristas, "ficou claro" neste debate que o PS decidiu "entregar à Fenprof a política de educação" e à "CGTP o sector dos transportes metropolitanos". E deixou uma dura critica: "A CGTP utiliza as empresas públicas de transportes para sequestrar políticas legitimamente votadas, paralizar a economia, organizar greves em cascata e transformar a vida dos cidadãos, sobretudo em Lisboa", disse, osob o protesto da bancada comunista.