PSD e CDS entregaram hoje ao final da manhã a moção de rejeição ao governo do PS. O texto conjunto, de oito páginas, vai ser votado hoje no final do debate do XXI programa de governo e o seu chumbo já está assegurado pelo PS, BE, PCP e PEV. Ainda assim, sociais-democratas e centristas querem formalizar a sua oposição ao novo governo e criticam ainda o PS por não apresentar uma moção de confiança ao seu governo.
No texto, onde os dois partidos da direita que venceram em coligação as eleições de 4 de Outubro mas que acabaram por ver rejeitado o seu programa de governo, PSD e CDS sublinham o "dever inalianável de representar as apirações do povo português, na via da moderação, do gradualismo e da sintonia com a Europa", declarando oposição à "prossecução do caminho apresentado pelo PS, com o apoio do VE, do PEC e do PEV".
PSD e CDS sublinham ainda a "grave ruptura aberta pelo PS na sequência dos resultados eleitorais de 4 de Outubro" e criticam, mais uma vez, "a conduta política que o PS adoptou no processo de formação do novo governo" bem como o "processo de radicalização ideológica em curso no PS". Sobre o programa de governo liderado por António Costa, PSD e CDS consideram que apresenta um "conjunto de opções progamáticas perigoso e aventureiro, que compromete a recuperação e modernização do país".
"No nosso entender, o momento da conjuntura internacional é o de proteger o país e os portugueses, e não expô-los a riscos desnecessários nem fazer das pessoas objecto de experimentalismos", lê-se na moção de rejeição da direita, que observa à esquerda, nomeadamente no que respeita à política de devolução de rendimentos, "a recusa do caminho do gradualismo, certo e viável, e a opção por políticas imediatistas de carácter eleitoralista, sem a adequada prudência orçamental, o que pode colocar em risco, a prazo, o seu carácter definitivo".
Para sociais-democratas e centristas a "insistência em escolhas já testadas (…) conduzem ao resultado que todos os portugueses conhecem", lê-se na moção de rejeição do PSD e do CDS ao programa de governo do PS, que formou governo através de um compromisso bilateral estabelecido com o BE, o PCP e o PEV, rompendo "um conjunto de convenções e práticas estabelecidas ao longo de 40 anos de democracia".