Ir de vela


Durante seis anos e meio fui editor de infografia do i. Aqui conheci os melhores tripulantes de sempre. Voltaria, incondicionalmente, a ir para o mar com eles. Até com um crocodilo a bordo (há sempre um, faz parte da viagem). 


Que me lembre, é coisa que o Sonny Crockett, personagem do “Miami Vice”, nunca fez. Provavelmente porque tinha um crocodilo a viver dentro da embarcação (segundo um marinheiro encartado que conheço, “barco” não é coisa que se diga).

A terminologia da vela é complicada; conseguimos discernir as palavras mas não entendemos o que querem dizer, é o contrário da caligrafia de médico: sabemos o significado da maioria das palavras mas não as conseguimos discernir.

No início de cada viagem é necessário traçar uma rota. Uma linha que tem como objectivo unir um ponto de partida e um de chegada. No mar é impossível navegar numa linha recta. Ao trajecto real entre o ponto de partida e o de chegada chama-se “derrota”.

Durante seis anos e meio fui editor de infografia do i. Aqui conheci os melhores tripulantes de sempre. Voltaria, incondicionalmente, a ir para o mar com eles. Até com um crocodilo a bordo (há sempre um, faz parte da viagem). Esta foi até agora a minha derrota mais saborosa.

Se pesquisarmos “ir de vela” no Google, coisa para 0,34 segundos, e se escolhermos logo o primeiro resultado, de um total de 17 milhões, descobrimos que a expressão, quando aplicada a algo, pode significar “perder uma coisa irrecuperável”, se aplicada em conjugação com o verbo “ir” então significa ir à vida. É isso, fui de vela. Abraço.

Editor de infografia do i