Ai o clima


Os governos são levados a terem de se mexer em vez de incorporarem, sem populismos, opções políticas de intervenção imediata e de prevenção para o futuro.


Depois do fracasso da Cimeira de Copenhaga, a Conferência Paris Clima 2015 (COP21), que decorre até 11 de Dezembro, procura estabelecer um novo acordo internacional para a diminuição da emissão de gases de efeito de estufa e para o aquecimento global, limitando o aumento da temperatura global em dois graus até 2100. 

Perante as evidentes consequências da acção humana e do imobilismo da generalidade dos governos, em especial dos que mais poluem, julga-se estarem criadas as condições para um acordo vinculativo que mobilize os governos e as comunidades em torno das alterações climáticas. Muitos dos passos ambientais que têm sido dados decorrem da adopção de medidas perante as consequências, de uma ideia de utilidade política e eleitoral de algumas medidas nesta área e da maior educação e sensibilidade para as questões do ambiente. Em grande parte, os governos são levados a terem de se mexer, em vez de incorporarem, sem populismos, opções políticas de intervenção imediata e de prevenção para o futuro.

É por isso de elementar justiça reconhecer o mérito do esforço de pedagogia junto das crianças que tem sido desenvolvido há muitos anos, na medida em que são pilares da construção de uma sociedade melhor e indutores de comportamentos amigos do ambiente pelos seus pais. Embora possa ser mais uma sobrecarga para a comunidade escolar, já tão onerada com as ausências de muitos pais da educação dos seus filhos, a escola podia ter um papel ainda maior na afirmação da cidadania e na consciencialização para os riscos nas sociedades modernas (sísmicos, rodoviários, etc.).

Mas se o ambiente político para as alterações climáticas tende para um consenso, o clima em Portugal caminha para um aprofundamento das divisões, da tensão e dos populismos.

Clima de estupefacção ou não A divergência entre o discurso político e a realidade foi uma constante nos últimos anos. Foi assim com as dificuldades dos portugueses, sempre encarados como danos colaterais da austeridade rumo aos resultados. Foi assim com a euforia da direita na recta final perante alguns resultados, mascarados para eleitor ver. A sobretaxa do IRS, o desemprego em Setembro (subiu e não desceu) ou a dívida pública são apenas alguns dos exemplos que ilustram essa divergência. 

Este ponto de partida é fundamental ser esclarecido: quais os indicadores económicos no momento em que o governo do PS tomou posse. Porque se, para a narrativa da direita, com indicadores dos tempos da governação de Passos e de Portas, a responsabilidade é da expectativa de instabilidade política, o que não acontecerá quando os dados forem do período pós-tomada de posse? Acresce que entre a posse e a efectivação das medidas políticas de reversão e devolução de rendimentos vão mediar alguns meses. Espera-se que a crispação político-partidária não desvie a atenção das respostas políticas para as pessoas e para os territórios.

Clima de competição No quadro da intervenção política das esquerdas, à margem dos textos das posições políticas conjuntas, assiste-se a uma desenfreado rol de iniciativas parlamentares para nichos eleitorais que não têm nenhuma visão integrada nem têm em conta as suas consequenciais orçamentais. A grande questão é que, se se entra numa competição por nichos eleitorais, sectoriais ou territoriais, sem visão do conjunto do país, que papel ficará reservado aos eleitos do PS na Assembleia da República ou nas autarquias locais? Meros suportes das dificuldades da governação? A convergência das esquerdas não tem de ter um mínimo de responsabilidade política no quadro das condições de governação e fora desse quadro? 

A não ser assim, perante o populismo e o oportunismo que grassa nas iniciativas parlamentares de BE e PCP, e persistindo as provas de vida da CGTP com uma dimensão provocatória, ao PS resta a responsabilidade máxima de ser o apoio permanente único ao governo ou entrar no jogo competitivo do populismo. Qualquer um dos dois com graves consequências políticas e eleitorais.

Bom clima A classificação pela UNESCO do fabrico dos chocalhos como Património Cultural Imaterial com necessidade de salvaguarda urgente, num processo em que o presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, Bengalinha Pinto, e o presidente da Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo, Ceia da Silva, tiveram um papel fundamental em mais uma afirmação do património cultural do Alentejo.

Sol na eira António Costa aproveitar as soluções estatutárias de separação entre partido e governo consagradas por António José Seguro: secretário- -geral adjunto e comissão permanente com maioria de membros sem responsabilidades governativas. 

Chuva no nabal As opções do mercado e a suas consequências.
Escreve à quinta

Ai o clima


Os governos são levados a terem de se mexer em vez de incorporarem, sem populismos, opções políticas de intervenção imediata e de prevenção para o futuro.


Depois do fracasso da Cimeira de Copenhaga, a Conferência Paris Clima 2015 (COP21), que decorre até 11 de Dezembro, procura estabelecer um novo acordo internacional para a diminuição da emissão de gases de efeito de estufa e para o aquecimento global, limitando o aumento da temperatura global em dois graus até 2100. 

Perante as evidentes consequências da acção humana e do imobilismo da generalidade dos governos, em especial dos que mais poluem, julga-se estarem criadas as condições para um acordo vinculativo que mobilize os governos e as comunidades em torno das alterações climáticas. Muitos dos passos ambientais que têm sido dados decorrem da adopção de medidas perante as consequências, de uma ideia de utilidade política e eleitoral de algumas medidas nesta área e da maior educação e sensibilidade para as questões do ambiente. Em grande parte, os governos são levados a terem de se mexer, em vez de incorporarem, sem populismos, opções políticas de intervenção imediata e de prevenção para o futuro.

É por isso de elementar justiça reconhecer o mérito do esforço de pedagogia junto das crianças que tem sido desenvolvido há muitos anos, na medida em que são pilares da construção de uma sociedade melhor e indutores de comportamentos amigos do ambiente pelos seus pais. Embora possa ser mais uma sobrecarga para a comunidade escolar, já tão onerada com as ausências de muitos pais da educação dos seus filhos, a escola podia ter um papel ainda maior na afirmação da cidadania e na consciencialização para os riscos nas sociedades modernas (sísmicos, rodoviários, etc.).

Mas se o ambiente político para as alterações climáticas tende para um consenso, o clima em Portugal caminha para um aprofundamento das divisões, da tensão e dos populismos.

Clima de estupefacção ou não A divergência entre o discurso político e a realidade foi uma constante nos últimos anos. Foi assim com as dificuldades dos portugueses, sempre encarados como danos colaterais da austeridade rumo aos resultados. Foi assim com a euforia da direita na recta final perante alguns resultados, mascarados para eleitor ver. A sobretaxa do IRS, o desemprego em Setembro (subiu e não desceu) ou a dívida pública são apenas alguns dos exemplos que ilustram essa divergência. 

Este ponto de partida é fundamental ser esclarecido: quais os indicadores económicos no momento em que o governo do PS tomou posse. Porque se, para a narrativa da direita, com indicadores dos tempos da governação de Passos e de Portas, a responsabilidade é da expectativa de instabilidade política, o que não acontecerá quando os dados forem do período pós-tomada de posse? Acresce que entre a posse e a efectivação das medidas políticas de reversão e devolução de rendimentos vão mediar alguns meses. Espera-se que a crispação político-partidária não desvie a atenção das respostas políticas para as pessoas e para os territórios.

Clima de competição No quadro da intervenção política das esquerdas, à margem dos textos das posições políticas conjuntas, assiste-se a uma desenfreado rol de iniciativas parlamentares para nichos eleitorais que não têm nenhuma visão integrada nem têm em conta as suas consequenciais orçamentais. A grande questão é que, se se entra numa competição por nichos eleitorais, sectoriais ou territoriais, sem visão do conjunto do país, que papel ficará reservado aos eleitos do PS na Assembleia da República ou nas autarquias locais? Meros suportes das dificuldades da governação? A convergência das esquerdas não tem de ter um mínimo de responsabilidade política no quadro das condições de governação e fora desse quadro? 

A não ser assim, perante o populismo e o oportunismo que grassa nas iniciativas parlamentares de BE e PCP, e persistindo as provas de vida da CGTP com uma dimensão provocatória, ao PS resta a responsabilidade máxima de ser o apoio permanente único ao governo ou entrar no jogo competitivo do populismo. Qualquer um dos dois com graves consequências políticas e eleitorais.

Bom clima A classificação pela UNESCO do fabrico dos chocalhos como Património Cultural Imaterial com necessidade de salvaguarda urgente, num processo em que o presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, Bengalinha Pinto, e o presidente da Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo, Ceia da Silva, tiveram um papel fundamental em mais uma afirmação do património cultural do Alentejo.

Sol na eira António Costa aproveitar as soluções estatutárias de separação entre partido e governo consagradas por António José Seguro: secretário- -geral adjunto e comissão permanente com maioria de membros sem responsabilidades governativas. 

Chuva no nabal As opções do mercado e a suas consequências.
Escreve à quinta