PSD desafia Costa a apresentar moção de confiança. ‘Só pede confiança quem não a tem”, diz PM

PSD desafia Costa a apresentar moção de confiança. ‘Só pede confiança quem não a tem”, diz PM


Luís Montenegro abriu o debate pelo lado do PSD e desafiou o primeiro-ministro a apresentar uma moção de confiança.


O PSD desafiou António Costa a apresentar uma moção de confiança ao seu governo no Parlamento. Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD, aproveitou aa asuência de um compromisso nos acordos bilaterais estabelecidos entre PS e BE, PCP e PEV em matéria de moções de confiança (não está assegurado o voto favorável destes partidos numa moção de confiança que possa vir a ser apresentada pelo governo do PS) e sugeriu ao primeiro-ministro que a apresente para ver como votam as bancadas da esquerda radical que suportaram a formação deste governo. 

"Como primeiro-ministro o que lhe pergunte é: porque não apresenta uma moção de confiança a este Parlamento? É que não aprovar uma moção de rejeição é diferente de que aprovar uma moção de confiança. Não é do seu interesse ter garantida esta confiança do parlamento?", insistiu Montenegro, para lembrar que a capacidade do governo ver aprovada uma moção de confiança pelas bancadas do BE, PEC e PEV – e com isso a de assegurar uma solução de governo estável e duradoura – era uma das dúvidas do Presidente da República antes da "indicação" de António Costa. 

O primeiro-ministro, na resposta, foi claro: "Só precisa de pedir confiança quem não tem confiança". O primeiro-ministro, que está hoje no Parlamento para discutir o seu programa de governo, e que será aprovado amanhã, disse estar "confiante no suporte parlamentar maioritário" que lhe dá "legitimidade para estar aqui", ou seja, para liderar um executivo. 

Costa fez ainda questão de lembrar que PSD e CDS perderam a maioria no Parlamento, na sequência das eleições de 4 de Outubro, e lembrou que a partir de então foi construída uma maioria em São Bento que dá garantias de estabilidade. "As bancadas que rejeitaram o governo (PSD/CDS) não se limitaram a ser oposição. A serem uma maioria negativa. As bancadas que derrubaram o XX Governo Constitucional encontraram a solução de viabilizar um governo alternativo", afirmou o chefe do governo. 

Costa aproveitou ainda para picar Passos Coelho e Paulo Portas, que assistem à abertura do debate do programa de governo sentandos na primeira fila das respectivas bancadas, PSD e CDS. "Vossas excelências ficaram-se nesse tabu (aliança e acordo entre os partidos da esquerda) e confianram na sorte", atirou o novo primeiro-ministro.