Na vida como na política, cão que ladra não morde


Cavaco Silva deu com uma mão o poder aos golpistas de esquerda e com a outra tentou iludir os milhões de portugueses indignados com a maior fraude da democracia. 


O Presidente da República acaba 20 anos de vida política da pior maneira possível. Cavaco Silva, eleito duas vezes chefe de Estado à primeira volta, ficará para sempre como cúmplice da maior fraude da democracia portuguesa. Cavaco Silva foi verdadeiramente gozado pelos golpistas de esquerda liderados pelo mais que relativo presidente do Conselho de Ministros, Costa de seu nome, e com a sua decisão de dar posse a um governo politicamente ilegítimo sai de Belém desprezado pelos que o elegeram em 2006 e 2011. Chumbado no parlamento o XX Governo Constitucional, do PSD e do CDS, por uma maioria negativa de esquerda, Cavaco Silva chamou a Belém o golpista Costa e impôs-lhe um caderno de encargos. O Presidente da República exigiu “ao Partido Socialista a clarificação formal de questões que, estando omissas nos documentos, distintos e assimétricos, subscritos entre o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista Os Verdes, suscitam dúvidas quanto à estabilidade e à durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista, no horizonte temporal da legislatura: aprovação de moções de confiança; aprovação dos Orçamentos do Estado, em particular do Orçamento para 2016; cumprimento das regras de disciplina orçamental aplicadas a todos os países da zona euro e subscritas pelo Estado português, nomeadamente as que resultam do Pacto de Estabilidade e Crescimento, do Tratado Orçamental, do Mecanismo Europeu de Estabilidade e da participação de Portugal na União Económica e Monetária e na União Bancária; respeito pelos compromissos internacionais de Portugal no âmbito das organizações de defesa colectiva; papel do Conselho Permanente de Concertação Social, dada a relevância do seu contributo para a coesão social e o desenvolvimento do país; estabilidade do sistema financeiro, dado o seu papel fulcral no financiamento da economia portuguesa”.

Os golpistas fartaram-se de rir e no mesmo dia enviaram para Belém uma resposta que o próprio Cavaco Silva reconheceu no dia da posse de o mais que relativo presidente do Conselho de Ministros ser apenas mais uma provocação dos senhores e senhoras do Largo do Rato: “Os referidos documentos são omissos quanto a alguns pontos essenciais à estabilidade política e à durabilidade do governo, suscitando questões que, apesar dos esforços desenvolvidos, não foram totalmente dissipadas.” Chegados a esta miserável situação, Cavaco Silva fez uma ameaça aos golpistas: “Não abdicando de nenhum dos poderes que a Constituição atribui ao Presidente da República – e recordo que desses poderes só o de dissolução parlamentar se encontra cerceado –, e com a legitimidade própria que advém de ter sido eleito por sufrágio universal e directo dos portugueses, tudo farei para que o país não se afaste da actual trajectória de crescimento económico e criação de emprego e preserve a credibilidade externa.” É claro que os golpistas zombaram desta ameaça de demissão do governo, que só poderá  acontecer se estiver em causa o regular funcionamento das instituições. E como o parlamento está bem e recomenda-se na sua habitual mediocridade, a esperança de Cavaco é que o casal de ministros ande à pancada em Conselho, com acusações mútuas de violência doméstica, ou que o pai ministro desanque a filha secretária de Estado ou vice-versa. A realidade, triste realidade, é que Cavaco Silva, invocando em vão o superior interessa nacional, acaba a carreira política como cúmplice objectivo dos golpistas de esquerda e da maior fraude política da democracia portuguesa. Dito isto, na vida como na política, cão que ladra não morde. E Cavaco não só não morde como sai de cena como um sendeiro.

Na vida como na política, cão que ladra não morde


Cavaco Silva deu com uma mão o poder aos golpistas de esquerda e com a outra tentou iludir os milhões de portugueses indignados com a maior fraude da democracia. 


O Presidente da República acaba 20 anos de vida política da pior maneira possível. Cavaco Silva, eleito duas vezes chefe de Estado à primeira volta, ficará para sempre como cúmplice da maior fraude da democracia portuguesa. Cavaco Silva foi verdadeiramente gozado pelos golpistas de esquerda liderados pelo mais que relativo presidente do Conselho de Ministros, Costa de seu nome, e com a sua decisão de dar posse a um governo politicamente ilegítimo sai de Belém desprezado pelos que o elegeram em 2006 e 2011. Chumbado no parlamento o XX Governo Constitucional, do PSD e do CDS, por uma maioria negativa de esquerda, Cavaco Silva chamou a Belém o golpista Costa e impôs-lhe um caderno de encargos. O Presidente da República exigiu “ao Partido Socialista a clarificação formal de questões que, estando omissas nos documentos, distintos e assimétricos, subscritos entre o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista Os Verdes, suscitam dúvidas quanto à estabilidade e à durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista, no horizonte temporal da legislatura: aprovação de moções de confiança; aprovação dos Orçamentos do Estado, em particular do Orçamento para 2016; cumprimento das regras de disciplina orçamental aplicadas a todos os países da zona euro e subscritas pelo Estado português, nomeadamente as que resultam do Pacto de Estabilidade e Crescimento, do Tratado Orçamental, do Mecanismo Europeu de Estabilidade e da participação de Portugal na União Económica e Monetária e na União Bancária; respeito pelos compromissos internacionais de Portugal no âmbito das organizações de defesa colectiva; papel do Conselho Permanente de Concertação Social, dada a relevância do seu contributo para a coesão social e o desenvolvimento do país; estabilidade do sistema financeiro, dado o seu papel fulcral no financiamento da economia portuguesa”.

Os golpistas fartaram-se de rir e no mesmo dia enviaram para Belém uma resposta que o próprio Cavaco Silva reconheceu no dia da posse de o mais que relativo presidente do Conselho de Ministros ser apenas mais uma provocação dos senhores e senhoras do Largo do Rato: “Os referidos documentos são omissos quanto a alguns pontos essenciais à estabilidade política e à durabilidade do governo, suscitando questões que, apesar dos esforços desenvolvidos, não foram totalmente dissipadas.” Chegados a esta miserável situação, Cavaco Silva fez uma ameaça aos golpistas: “Não abdicando de nenhum dos poderes que a Constituição atribui ao Presidente da República – e recordo que desses poderes só o de dissolução parlamentar se encontra cerceado –, e com a legitimidade própria que advém de ter sido eleito por sufrágio universal e directo dos portugueses, tudo farei para que o país não se afaste da actual trajectória de crescimento económico e criação de emprego e preserve a credibilidade externa.” É claro que os golpistas zombaram desta ameaça de demissão do governo, que só poderá  acontecer se estiver em causa o regular funcionamento das instituições. E como o parlamento está bem e recomenda-se na sua habitual mediocridade, a esperança de Cavaco é que o casal de ministros ande à pancada em Conselho, com acusações mútuas de violência doméstica, ou que o pai ministro desanque a filha secretária de Estado ou vice-versa. A realidade, triste realidade, é que Cavaco Silva, invocando em vão o superior interessa nacional, acaba a carreira política como cúmplice objectivo dos golpistas de esquerda e da maior fraude política da democracia portuguesa. Dito isto, na vida como na política, cão que ladra não morde. E Cavaco não só não morde como sai de cena como um sendeiro.