Onze vitórias e quatro empates em 15 jogos. É a versão invictus do Porto. Vem aí oDínamo Kiev e o Dragão enche-se de sonhos. Naturalmente. Um ponto é o suficiente para chegar aos oitavos-de-final e o prémio é de 5,5 milhões de euros. Um penálti de Imbula e um erro crasso de Casillas alteram significativamente o estado de ânimo. O Dínamo impõe-se com naturalidade. Um 0-2 no Dragão não se vê desde o século passado (Barça em Março-2000).
E agora? As contas complicam-se.E de que maneira. A última jornada oferece-nos Chelsea-Porto e Dínamo-Maccabi. Em Londres, os dois clubes discutem o primeiro lugar, com 10 pontos cada. Em Kiev, o Maccabi tem zero ponto e um só golo marcado (de penálti, ao Porto). Quer isto dizer que o Dínamo é amplamente favorito.E tem oito pontos. Ou seja, se ganhar faz 11. E como tem vantagem no confronto directo com o Porto, à equipa de Lopetegui não lhe chega empatar em Stamford Bridge. É obrigatório ganhar a Mourinho.
HISTÓRIA I Missão impossível? Quase. Na história de visitas portistas a Stamford Bridge, três derrotas. Na primeira, em 2004, com Mourinho no banco do Chelsea, o FCP entra mal e vê-se em desvantagem aos 6’, com um golo do russo Smertin após jogada de entendimento entre Duff e Gudjohnsen.Aos 50’,Drogba aproveita uma saída desajustada de Baía para cabecear com êxito um livre de Duff.
O Porto reduz pelo sul-africano McCarthy, na recarga a defesa incompleta de Cech a um forte pontapé de fora da área de Carlos Alberto (67’), e é o capitão Terry a selar o 3-1 em antecipação a Pepe (70’).
Na segunda, em 2007, novamente com Mourinho no banco do Chelsea, agora para os oitavos-de-final, o FCP chega em vantagem ao intervalo com um golo de Quaresma aos 15’. A reacção só chega através de um erro de Helton. Uma bola fácil bate-lhe à frente e Robben faz o empate (48’). Do 2-1 encarregar-se-ia Ballack, aos 78’.
Na terceira, em 2009, já não há Mou no lado de lá. O resultado, esse, é mais do mesmo. Cortesia Anelka, aos 47’. À quarta será de vez? Huuuum, famos fer. E à 17ª? Whaaaaaaaaat? Ah pois é, o FCP não ganha em Stamford Bridge nem em Inglaterra.
HISTÓRIA II O quadro é negativíssimo de 14 derrotas e só dois empates em 16 jogos (ambos em Old Trafford: 1-1 em 2004 e 2-2 em 2009). A respeito desse dois-dois, é daí o último golo do FCP, em cima do minuto 90, da autoria do argentino Mariano González, hoje com 34 anos e feito número 10 do modesto Biblioteca RamónSantamaría, um grémio da 2.ª divisão.
Daí para cá, três jogos a zero, entre Chelsea (1-0), Arsenal (5-0) e City (4-0). É de uma pobreza franciscana. É o Porto em Inglaterra, onde, para cúmulo, nunca de lá sai sem a sua baliza a zeros.Seja em Newcastle,Wolverhampton, United (vezes quatro), Tottenham, Liverpool (dois), Chelsea (três), Arsenal (três) e City. É sempre a aviar. Aí está outro motivo para cerrar os dentes e dar a volta à história. Faltam 15 dias. Mourinho que o diga. “Preciso de uma calculadora para entender as contas do grupo. Sei que se ganharmos o próximo jogo seremos primeiros e que se perdermos podemos ser relegados para a Liga Europa. Prefiro pensar que vamos ganhar.” Se assim for, é esperar por um milagre do Maccabi em Kiev.