Dois meses depois, há governo. Pode ter um tempo de vida limitado, mas há governo. E, surpresa, é ideologicamente moderado e politicamente forte. E tem em dois ministros do Porto a melhor expectativa de solidez e competência.
Apesar do apoio parlamentar da extrema-esquerda, a composição do governo PS funciona como um calmante para toda a gente. Acalmou Cavaco, tranquiliza os mercados e sossega a Europa (e os portugueses também). É um Governo com espírito Xanax. Que agora precisa de conquistar em credibilidade aquilo que não conseguiu no dia das eleições.
Do ponto de vista local, a dimensão política do Porto é reconhecida e a estratégia de cidade sai valorizada. Não se trata de uma questão de quotas. Antes é algo que vem qualificar o governo. José Alberto Azeredo Lopes e João Pedro Matos Fernandes não vão ser, claramente, os ministros do Porto. Serão, desde o primeiro minuto, ministros da República e do país inteiro. Sucede que o facto de António Costa ter idealizado na equipa de Rui Moreira um campo de excelência para o recrutamento político atesta bem da qualidade da gestão municipal. Nada que ver com partidos, portanto.
O novo Ministro da Defesa é uma eminência política e um estratega brilhante. Alia um sentido de humor impagável à respeitabilíssima condição de professor da Católica. No seu núcleo duro, o que vier a ser este governo passará muitas vezes por ele. Já o Ministro do Ambiente é o verdadeiro fazedor, com competência e energia de sobra para inovar e romper. E, sobretudo, para concretizar e apresentar obra. Um e outro vão marcar. São um bom contributo do Porto à Nação. Merecem felicidades.
Escreve à quinta-feira