Vaticano. Papa mantém visita a África apesar de ameaças dos jihadistas

Vaticano. Papa mantém visita a África apesar de ameaças dos jihadistas


Francisco chega à República Centro-Africana no domingo. Julgamento de cinco suspeitos no caso Vatileaks começou ontem envolto em críticas.


O Papa Francisco chega hoje a África apesar das várias preocupações com ameaças de ataques terroristas, numa altura em que já se especulava que a visita seria cancelada. A segurança será um factor fundamental para a primeira visita do Papa a uma zona de guerra. 

Numa visita de cinco dias, o pontífice vai visitar a República Centro-Africana, Quénia e Uganda. 

Quénia e Uganda, que integram a AMISOM (Força da União Africana na Somália), são alvos dos islamitas somalis shebab, aliados da Al-Qaeda. Nesse sentido, os governos dos dois países anunciaram a mobilização de cerca de 10 mil polícias em Nairóbi e Kampala, as respectivas capitais, nas quais estão previstas missas ao ar livre celebradas pelo Papa Francisco onde são esperadas cerca de 1,4 milhões de pessoas no Quénia e 2 milhões no Uganda.

“Adoptámos todos os dispositivos de segurança, que serão aplicados assim que o Papa chegar”, disse o chefe da polícia do Quénia, Joseph Boinett. “Envolvem as estradas por onde vai circular e os locais de visita e alojamento”, completou.
A ONU anunciou que 300 capacetes azuis serão enviados à República Centro-Africana para ajudarem na segurança durante a visita papal.

O pontífice espera conseguir promover a paz, a reconciliação, a justiça social e o diálogo entre o islamismo e o cristianismo.

A viagem acontece numa altura delicada, devido a tensões tanto na Europa como em África, pelos atentados em Paris e num hotel de Bamako, no Mali.

Caso Vatileaks Começou a ser julgado ontem no Vaticano o caso conhecido como Vatileaks II. A justiça do Vaticano vai julgar cinco pessoas acusadas de roubarem e divulgarem ilegalmente documentos financeiros confidenciais da Santa Sé.

O pedido de julgamento teve como origem a publicação de dois livros recentes que retratam um Vaticano assolado pela má gestão, ganância e corrupção.

Os acusados são dois jornalistas italianos e três funcionários da Santa Sé. Se forem condenados, podem cumprir uma pena até oito anos de prisão, uma vez que a divulgação de documentos confidenciais é um crime previsto por uma lei do Vaticano de 2013. Esta é primeira vez que o Vaticano abre um processo contra jornalistas. No final da audiência foi rejeitado o pedido de anulação do processo para os jornalistas. A próxima audiência ficou marcada para dia 30.