Tudo tem um fim, já se sabe, excepção talvez para “Anatomia de Grey”, que estreou o mês passado a sua 12.a temporada. Sim, leu bem, 12.a Para quem já não aguenta mais de dez anos de dramas e mudanças de personagens no hospital, também pode ser uma boa altura para mudar de ares, que é como quem diz de serviço de urgências na televisão.
A partir de amanhã, os fãs de “Chicago”, que já se tornou uma espécie de franchising televisivo, com duas séries, “Chicago Fire”, na quarta temporada, e “Chicago P. D.”, na terceira, terão direito a mais uma na mesma cidade, desta vez passada num hospital. “Chicago Med” estreia hoje às 23h15 no TVSéries e acompanha “uma corajosa equipa de médicos e enfermeiros que lidera o hospital mais explosivo da cidade”, revela um comunicado do canal.
Num dos episódios de “Chicago Fire”, em que um homem se faz detonar dentro da sala de urgências de um movimentado hospital de Chicago, já se adivinhava que mais uma série estava a caminho – e com romance à mistura.
Foi neste cenário que a enfermeira April Sexton (Yaya DaCosta) e o bombeiro Kelly (Taylor Kinney), de “Chicago Fire”, voltaram a encontrar-se depois de vários anos de separação e a história não podia ficar por aqui. A NBC norte-americana percebeu que uma “Chicago Med” poderia ter potencial e aqui está ela, com um elenco feito de personagens como Sharon Goodwin (S. Epatha Merkerson), a fria directora do hospital, o médico Daniel Charles (Oliver Platt), chefe de psiquiatria, Ethan (Brian Tee), novo no hospital depois de ter começado a sua carreira no exército, e Lilly Manning (Torrey DeVitto), uma médica que está grávida.
“Chicago Med” esteve para estrear em Maio, mas vários factores adiaram o seu início. Primeiro a estreia prioritária de “Heartbreaker”, outro drama da NBC passado num hospital, que põe Melissa George no papel de uma cirurgiã especialista em transplantes cardíacos. Depois foi Laurie Holden (“The Walking Dead”), dada como garantida no elenco, a anunciar que ia deixar a série. Por fim, um dos produtores executivos, Andrew Dettmann (ligado a “CSI”), anunciou no Verão que ia abandonar “Chicago Med” devido a “divergências criativas”, o que atrasou ainda mais as rodagens.
Ainda assim, a série sobreviveu, até porque Dick Wolf (que já conhecemos de “Lei & Ordem”) é o principal produtor e o responsável por manter a linha condutora em toda a trilogia “Chicago”. Faz sentido. Em “Fire” os bombeiros apagam os fogos, em “P.D.” a polícia encontra os responsáveis e agora, com a estreia de “Med”, cuida-se dos feridos.
Aliás, a pensar nisso, o TVSéries já instituiu a quarta-feira como o “dia oficial ‘Chicago’”, em que se podem ver episódios das três séries na mesma noite – que muitas vezes também cruzam histórias.
Para quem está com saudades de “ER – Serviço de Urgências”, e apesar de se passar na mesma cidade, “Chicago Med” pode não ser um substituto à altura da série dos anos 90. Ainda assim, vale a pena dar-lhe uma oportunidade, nem que seja para tentar encontrar um novo “McDreamy”.