Vinte e quatro de Novembro. É um dia especial para o Porto. Quem não se lembra daquele 24 de Novembro de 1987? É o dia em que o aniversariante Rui Barros mostra-se ao mundo com um golo ao_Ajax de Cruijff, em Amesterdão, para a Supertaça. Nessa noite, o Porto só não dá cinco porque não calha.
{relacionados}
Quem não se lembra daquele 24 de Novembro de 1993? É o dia de arranque dos grupos da Liga dos Campeões e o Porto dá início à caminhada rumo às meias-finais com 3-2 ao Werder Bremen.
Quem não se lembra daquele 24 de Novembro de 2004? É o dia em que Víctor Fernández respira mais fundo com o 1-0 de McCarthy em Moscovo. Nessa noite, o CSKA desce à Taça UEFA – que acabaria por ganhar em Alvalade, ao Sporting, depois de eliminar o Benfica nos 16 avos.
Amesterdão, Porto, Moscovo. Três jogos, três alegrias. O dia promete. Eis-nos a 24 de Novembro de 2015 e o Porto a precisar de um só ponto com o Dínamo Kiev para selar o apuramento rumo aos oitavos-de-final. Um empate basta para ir passear a Londres, vs. Chelsea, daqui a duas semanas. Caso contrário, lá se vai o passeio e passa para cá a máquina calculadora, com a cabeça em Kiev e o coração em Stamford Bridge (onde é obrigatório ganhar se o Maccabi mantiver na Ucrânia o registo cem por cento negativo).
Radar
Sai o onze e salta à vista o nome de André André. Como suplente. Posto isto, só Casillas, Maxi, Indi, Rúben e Aboubakar mantém-se como os únicos titulares em todos os cinco jogos da Liga dos Campeões. Com o Dínamo, acompanha-os Marcano, Layún, Danilo, Imbula, Brahimi e Tello. Há matéria prima para ir longe ou…?
Aos oito segundos, o Danilo deles atira-se a Brahimi. Aos 77, Júnior Moraes cai sobre Layún. Aos quatro minutos, Danilo comete outra falta. Aos 12’, Júnior é reincidente (pobre Indi). O Dínamo entra assim, nervoso, sem bola nem táctica. O Porto está nas sete quintas e domina.
O domínio estende-se por 20 minutos, falta o resto._Aquilo de rematar à baliza, incomodar o guarda-redes etc e tal. Pouco ou nada feito. Danilo atira ao lado (2’), Brahimi idem idem (13’) e Imbula remata por cima (18’). Shovkovsky só se mostra aos 7’, a encaixar a bola num cabeceamento de Danilo.
Zoom
O Dínamo agiganta-se e aventura-se com critério. Aos 25’,_Derlis obriga Casillas a uma sapatada para canto. E, aos 28’, pliiiiim, Garmash acerta a bola no poste. Casillas não a vê nem se mexe. Por isso, a baliza está aberta. Júnior Moraes atira-se e acerta a bola com a sola da chuteira. À expectativa, segue-se o alívio. A bola sai ao lado.
O Dínamo continua atrevido e ganha um penálti aos 34’ (o primeiro de sempre no Dragão na Liga dos Campeões: incrível e verídico). A falta de Imbula sobre Rybalka é indiscutível. Yarmolenko lança-se a bola e engana Casillas, 1-0.
Mais
E agora? Na era Lopetegui, não se sabe virar uma desvantagem (seis empates e quatro derrotas, duas delas no Dragão). E agora?, repetimo-nos.
Casillas dá uma ajuda e não repele convenientemente uma bola de Derlis. O espanhol abana a cabeça, o paraguaio sai a correr para o abraçaço, é o 2-0 (ele que já marcara ao Porto há um ano, pelo Basileia). Até ao fim, uma bola ao poste e outra na trave de Rybalka e André André, aos 79’ e 90’, traduzem a irreverência portista na noite da primeira derrota da época, ao 16.º jogo.