O líder parlamentar do CDS reagiu, a meio da tarde, à indigitação de António Costa como primeiro-ministro. Nuno Magalhães, que falava aos jornalistas no Parlamento, numa conferência de imprensa sem direito a perguntas, sublinhou que os centristas respeitam a decisão do Presidente da República mas não deixou de reiterar que o partido "mantém a discordância de fundo quanto à indigitação do secretário-geral do PS e à formação do XXI governo constitucional".
"É a primeira vez em 40 anos de democracia que o perdedor das eleições é iondigitado primeiro-ministro. É a primeira vez em 40 anos de democracia que a maioria relativa que os portugueses escolheram é impedida de governar. O governo do PS é, portanto, o governo da minoria relativa que perdeu as eleições. (…) Reafirmamos que o primeiro-ministro indigitado é formalmente constitucional mas é e será, para nós, politcamente ilegítimo", afirmou Nuno Magalhães.
E sobre a maioria de esquerda construída pelo PS com o BE, PCP e PEV, mesma que rejeitou com o PAN o programa de governo do PSD/CDS em São Bento, Magalhães também deixou criticas. "Todos os portugueses perceberam que o PS se prevaleceu de uma circunstância excepcional – o PR não pode convocar eleições no último semestre do seu mandato -, de modo a conseguir os seus objectivos".
O dirigente centrista alertou ainda para as o que diz ser as consequências de um governo de esquerda. "O PS será naturalmente responsável pelos efeitos preocupantes que, infelizmente, já começaram a sentir-se e podem ressentir-se na economia, no emprego, no investimento e nas exportações, após a crise políica que desencadeou e pela diminuição da confiança que Portugal tanto precisa para fazer um caminho melhor", afirmou Magalhães.
Sobre as garantias dadas ontem por António Costa a Cavaco Silva, o líder parlamentar do CDS afirmou que seria de esperar que as mesmas fossem do conhecimento público. "Sendo públicas as dúvidas colocadas pelo chefe de Estado, não deve ser confidenciais as respostas. Estamos a falar da estabilidade e da governabilidade de Portugal – ou seja, do interesse nacional. Em nome da transparência e do debate democrático, não é compreensível que o primeiro-ministro indigitado se furte a esclarecer as respostas que deu", rematou Nuno Magalhães.