Numa nota divulgada depois da saída do socialista de Belém, a Presidência informa que o Presidente “indicou o secretário-geral do PS para primeiro-ministro”. No mesmo texto, a Presidência afirma que manter o actual governo em gestão “não corresponderia ao interesse nacional”, uma conclusão retirada depois das “informações recolhidas com os parceiros sociais e instituições e personalidades da sociedade civil” na ronda de audiência que Cavaco Silva levou a cabo nas últimas duas semanas.
Sobre as respostas enviadas pelo secretário-geral do PS ao pedido de clarificação que Cavaco fez na segunda-feira, o comunicado de Belém é lacónico: “O Presidente da República tomou devida nota da resposta do secretário-geral do PS às dúvidas suscitadas pelos documentos subscritos com o BE, o PCP e o PEV quanto à estabilidade e durabilidade de um governo minoritário do PS, no horizonte temporal da legislatura”. Esta resposta não foi conhecida publicamente e dela apenas se sabe, através de fontes socialistas, que é composta quase na totalidade por referências e citações do programa do PS.
Cumprindo o formalismo, o Presidente indigita António Costa primeiro-ministro, na último linha do texto: “Assim, o Presidente da República decidiu, ouvidos os partidos políticos com representação parlamentar, indicar o dr. António Costa para primeiro-ministro”.
O próximo passo é a apresentação do elenco governativo pelo líder do PS, que terá de ser aprovado pelo chefe de Estado.