OE2016. Maria Luís diz que Eurogrupo compreendeu atraso

OE2016. Maria Luís diz que Eurogrupo compreendeu atraso


Jeroen Dijsselbloem insistiu que Portugal “tem que enviar um plano orçamental tão cedo quanto possível”. “Já o deviam ter feito. Já estão atrasados, demasiado atrasados.”


A ministra das Finanças disse esta segunda-feira, no final de uma reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, que os seus colegas compreenderam as justificações que teve oportunidade de dar, "de viva voz", sobre o atraso na entrega do plano orçamental português.

"Tive ocasião de explicar de viva voz que isso se deve à situação política que se vive actualmente no nosso país e que, logo que possível, será remetido para Bruxelas um projecto de orçamento, sendo que «esse logo que possível» é algo que depende dos desenvolvimentos da situação política em Portugal", apontou Maria Luís Albuquerque, em conferência de imprensa.

Segundo a ministra, "os membros do Eurogrupo perceberam" as explicações dadas.

"Naturalmente que continuam a insistir para ser enviado (o plano de orçamento para 2016) o mais cedo possível, mas compreenderam a situação", declarou.

A ministra reiterou que o Governo decidiu não apresentar um projecto orçamental por considerar que não tinha "condições para apresentar as perspectivas orçamentais para o próximo ano", no contexto de eleições legislativas e do impasse que se seguiu, mas admitiu que "está em falta a entrega do documento", que "terá que ser suprida logo que haja condições para tal".

Hoje, à entrada para a reunião de ministros das Finanças da zona euro, dedicada precisamente à análise dos projectos orçamentais dos Estados-membros, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, insistiu que Portugal "tem que enviar um plano orçamental tão cedo quanto possível".

"Já o deviam ter feito. Já estão atrasados, demasiado atrasados, devem fazê-lo o mais rapidamente possível", apontou

Maria Luís Albuquerque admitiu que o Eurogrupo tem sido "insistente", mas rejeitou que tenha sido utilizado um "tom duro".

"Foi se calhar, poder-se-á dizer, firme, no sentido de que Portugal o faça, para ser tido em conta no processo do semestre europeu", observou.

A ministra indicou ainda que reiterou, "perante todo o Eurogrupo", que Portugal está "em linha com o objectivo de ter um défice abaixo de 3% este ano", que expressou a sua satisfação por "verificar que as projecções da Comissão para o défice deste ano têm vindo gradualmente a aproximar-se" dos "números" do Governo.

Questionada sobre se a meta para o défice estará em risco com a mudança de executivo, a ministra limitou-se a afirmar que "com um novo Governo, caberá ao novo Governo responder" a essa questão.

Lusa