A PSP e a GNR, juntamente com o Ministério da Saúde, têm uma semana para apresentar a primeira avaliação e propor medidas concretas a serem incluídas na revisão do plano de prevenção do suicídio nas forças de segurança. O prazo ficou decidido no final da primeira reunião do grupo de trabalho para elaborar o programa, que ontem juntou o secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, o comandante-geral da GNR, o director nacional da PSP e ainda um especialista na área de saúde mental da tutela.
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A revisão do plano tem como objectivo reforçar “as políticas activas de prevenção das práticas suicidas, bem como a sua justa adequação ao contexto actual”, explica o MAI em comunicado ontem divulgado, acrescentando que a PSP, GNR e Ministério da Saúde devem apresentar, já no final da próxima semana, uma primeira avaliação individual acerca do plano de prevenção em vigor e propor medidas. O Ministério da Administração Interna acrescenta ainda que irá solicitar também o contributo das associações socioprofissionais da GNR e dos sindicatos da PSP.
No final da semana passada, o ministro João Calvão da Silva já tinha dado ordens para que o grupo de trabalho apresente, num prazo máximo de 30 dias, um relatório preliminar sobre o que existe em termos de prevenção e os motivos que poderão explicar os suicídios. A urgência destas medidas surgiu após os sucessivos casos que aconteceram este ano. Na quarta-feira, mais um militar da Unidade de Intervenção da GNR se suicidou, elevando para sete o número de mortes que aconteceram na Guarda. O mesmo número de casos, aliás, ocorreu também na PSP.
Se recuarmos a anos anteriores, já são 67 agentes da PSP que desde 1998 puseram termo à vida, segundo o levantamento da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia. E, de acordo com a GNR, desde 2001, mais de 60 militares se suicidaram – quase metade (25) nos últimos cinco anos.
A vaga de suicídios deste ano levou o director nacional da PSP a enviar também na semana passada um email aos 23 mil polícias em que admite que a prevenção do suicídio dentro da instituição está a falhar, anunciando novas medidas para combater o problema.
Luís Farinha continua a carta garantindo já ter dado ordens para que seja feita uma “revisão dos mecanismos de prevenção existentes” na PSP, bem como o “reforço da disponibilização de apoio psicológico e das acções de prevenção e formação” sobre o suicídio, de maneira a combater o “flagelo que atormenta” a polícia. Com K. C.