Razões do ódio


Quando procuramos encontrar as raízes do terrorismo, não as podemos justificar em questões religiosas e talvez devamos olhar para razões sociais e económicas. Quando uma sociedade se estratifica em diferentes grupos, em que uns parecem que têm tudo (ou, pelo menos, acesso a tudo) e outros ficam em ilhas de isolamento (guetos), mais cedo ou…


Quando procuramos encontrar as raízes do terrorismo, não as podemos justificar em questões religiosas e talvez devamos olhar para razões sociais e económicas. Quando uma sociedade se estratifica em diferentes grupos, em que uns parecem que têm tudo (ou, pelo menos, acesso a tudo) e outros ficam em ilhas de isolamento (guetos), mais cedo ou mais tarde criam-se quistos sociais que acabam por explodir em episódios como aqueles a que temos, infelizmente, assistido. Por vezes, estes fenómenos não degeneram em terrorismo, mas em violência sem sentido (assassinos que matam os colegas nas escolas), crime, marginalidade, auto-exclusão, os sem-abrigo. Era bom que os grupos dominantes não dominassem tanto que, no limite, criem focos de resistência mais ou menos violentos ao seu próprio bem-estar. É preciso redistribuir recursos económicos, culturais, políticos e permitir a integração e a mobilidade social para construir sociedades mais coesas, sem estas bolsas de excluídos.

Alguns sugerem a atribuição a todos os adultos sem emprego de uma “bolsa mínima” que, por um lado, permita o acesso a bens básicos como alimentação, saúde, educação e habitação, mas que, por outro lado, não favoreça o parasitismo, isto é, indivíduos perpetuamente agarrados a estes subsídios e que, ficando viciados neles, percam a força de vontade necessária para dar a volta por cima e encontrar no mercado de trabalho melhores soluções para as suas necessidades. Para alguns, é absurdo que se dê dinheiro àqueles que não têm trabalho ou capacidade para o encontrar, porque isso favorece a sua própria indigência e desfavorece comparativamente aqueles que trabalham para ganhar uma verba similar. Mas esta profilaxia também pode ajudar a poupar muito dinheiro que depois as sociedades gastam, a montante, para tratar dos problemas que estes desfavorecidos criam. Sem contar com um valor muito mais precioso que é o da própria humanidade: toda a gente merece ter acesso ao mínimo para uma vida condigna, quaisquer que sejam as suas condições de partida.

Escreve à sexta-feira

Razões do ódio


Quando procuramos encontrar as raízes do terrorismo, não as podemos justificar em questões religiosas e talvez devamos olhar para razões sociais e económicas. Quando uma sociedade se estratifica em diferentes grupos, em que uns parecem que têm tudo (ou, pelo menos, acesso a tudo) e outros ficam em ilhas de isolamento (guetos), mais cedo ou…


Quando procuramos encontrar as raízes do terrorismo, não as podemos justificar em questões religiosas e talvez devamos olhar para razões sociais e económicas. Quando uma sociedade se estratifica em diferentes grupos, em que uns parecem que têm tudo (ou, pelo menos, acesso a tudo) e outros ficam em ilhas de isolamento (guetos), mais cedo ou mais tarde criam-se quistos sociais que acabam por explodir em episódios como aqueles a que temos, infelizmente, assistido. Por vezes, estes fenómenos não degeneram em terrorismo, mas em violência sem sentido (assassinos que matam os colegas nas escolas), crime, marginalidade, auto-exclusão, os sem-abrigo. Era bom que os grupos dominantes não dominassem tanto que, no limite, criem focos de resistência mais ou menos violentos ao seu próprio bem-estar. É preciso redistribuir recursos económicos, culturais, políticos e permitir a integração e a mobilidade social para construir sociedades mais coesas, sem estas bolsas de excluídos.

Alguns sugerem a atribuição a todos os adultos sem emprego de uma “bolsa mínima” que, por um lado, permita o acesso a bens básicos como alimentação, saúde, educação e habitação, mas que, por outro lado, não favoreça o parasitismo, isto é, indivíduos perpetuamente agarrados a estes subsídios e que, ficando viciados neles, percam a força de vontade necessária para dar a volta por cima e encontrar no mercado de trabalho melhores soluções para as suas necessidades. Para alguns, é absurdo que se dê dinheiro àqueles que não têm trabalho ou capacidade para o encontrar, porque isso favorece a sua própria indigência e desfavorece comparativamente aqueles que trabalham para ganhar uma verba similar. Mas esta profilaxia também pode ajudar a poupar muito dinheiro que depois as sociedades gastam, a montante, para tratar dos problemas que estes desfavorecidos criam. Sem contar com um valor muito mais precioso que é o da própria humanidade: toda a gente merece ter acesso ao mínimo para uma vida condigna, quaisquer que sejam as suas condições de partida.

Escreve à sexta-feira