Passos espera que Costa se demita no dia em que precisar dos votos do PSD ou do CDS

Passos espera que Costa se demita no dia em que precisar dos votos do PSD ou do CDS


“O PS não tem nenhuma legitimidade para nos pedir seja o que for”, afirmou o primeiro-ministro em entrevista à RTP.


O presidente do PSD defendeu esta sexta-feira que o secretário-geral do PS tem de melhorar a solução de governação com os partidos à sua esquerda e, se formar governo, deve demitir-se caso fique dependente dos votos dos sociais-democratas.

"O PS não tem nenhuma legitimidade para nos pedir seja o que for. No dia em que o PS tiver de depender dos votos do PSD ou do CDS-PP para aprovar alguma matéria que seja importante, eu espero é que o doutor António Costa peça desculpa ao país, diga que enganou o país na solução que corporizou ao derrubar o governo anterior para poder oferecer um Governo minoritário e instável no parlamento, e se demita", afirmou Pedro Passos Coelho.

O presidente do PSD e primeiro-ministro em exercício assumiu esta posição numa entrevista à RTP, depois de ter defendido que o secretário-geral do PS "devia melhorar" a solução governativa a apresentar ao Presidente da República, apontando duas alternativas: ou "uma coligação de governo" ou "um acordo digno desse nome", que assegure a aprovação dos orçamentos.

Passos negou ainda que tenha havido da parte do governo PSD/CDS-PP "qualquer intenção de manipular os números" das previsões de devolução da sobretaxa de IRS em 2016.

Na entrevista, o primeiro-ministro referiu que "o Ministério das Finanças poderá fornecer uma explicação mais detalhada" sobre o que levou a que a percentagem de devolução prevista por alturas da campanha eleitoral fosse de 35% e tenha vindo a diminuir, sendo agora de zero.

"É verdade que essas variações ao longo dos últimos meses foram sensíveis, mas não é verdade que tenham resultado, como já ouvi, de qualquer intenção de manipular os números", afirmou. "Essas evoluções não são fabricadas, representam mês a mês o que os números da Autoridade Tributária mostram", acrescentou, considerando, porém, "natural" que esta evolução suscite dúvidas.

Com Lusa