"Ela perdeu a confiança da opinião pública e dos camaradas do partido Democrata-Cristão (CDU) e do partido irmão, a União Social-Cristã (CSU). Eles não estão satisfeitos com o facto de parecer que (Merkel) convidou o mundo todo para vir para a Alemanha", disse à Lusa Juergen W. Falter professor do departamento de Ciência Política da Universidade Johannes Gutenberg em Mainz.
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, juntamente com membros da CSU criticaram, em setembro, as políticas de asilo anunciadas por Angela Merkel, que cumpre no domingo 10 anos à frente do governo de Berlim.
A participação de Merkel nas eleições federais da Alemanha em 2017 está dependente da decisão da chanceler "de reduzir o número de migrantes na Alemanha", disse o especialista político, acrescentando que caso não o faça, "este será o fim da sua carreira política".
O sociólogo alemão Tilman Allert discorda desta teoria e argumenta que Merkel "vai conseguir ultrapassar a crise dos refugiados na Europa", acrescentando que a liderança da chanceler alemã "não está em causa".
Allert, professor de sociologia na Universidade de Franfurt, referiu que a oposição que Merkel tem enfrentado no partido é positiva porque "enquanto uma fação dramatiza e escandaliza, a outra confia em Merkel".
O especialista adicionou que Merkel tem sabido lidar com as críticas "ao elogiar o trabalho que a CSU tem prestado no auxílio aos refugiados na Baviera", em vez de atacar o partido irmão.
Tilmar Allert disse que "uma das características chave da chanceler é saber sempre acalmar qualquer crise política", concluindo que Angela Merkel "está sempre convencida de que há uma solução" para cada adversidade.
Lusa