François Hollande defendeu esta quarta-feira “restrições temporárias das liberdades”, porque “recorrer a elas é a forma de permitir restabelecê-las plenamente”. Depois dos atentados, “a nossa coesão social é a nossa melhor resposta e a nossa união nacional é dela expressão. Devemos ser implacáveis contra todas as formas de ódio. Nenhum ato xenófobo, antissemita ou anti-muçulmano deve ser tolerado”, disse.
O presidente francês pediu aos franceses que “não cedam à tentação de recuar”, “ao medo” e “à estigmatização” após os atentados do grupo extremista Estado Islâmico que fizeram 129 mortos.
A operação antiterrorista de hoje em Saint Denis “confirma uma vez mais que estamos em guerra, uma guerra contra o terrorismo que decidiu conduzir-nos à guerra”, disse Hollande num discurso aos presidentes de câmara reunidos em Paris.
“Através do terror, o Daesh [acrónimo árabe do Estado Islâmico] quer instilar, pelas suas matanças, o veneno da suspeita, da estigmatização, da divisão. Não cedamos à tentação de recuar, não cedamos também ao medo, aos excessos e aos exageros”, afirmou.
O presidente anunciou que as polícias municipais, complementares da polícia e da polícia militarizada (“gendarmerie”), podem vir a ser equipadas com armas dos arsenais da polícia nacional, se os presidentes de câmara o pedirem.
A dissolução dos locais e dos grupos que façam “a apologia do terrorismo” será feita “imediatamente”, no quadro da proposta de lei aprovada hoje de manhã em conselho de ministros para o prolongamento do estado de emergência por três meses.
Hollande respondeu por outro lado às declarações sobre a presença de terroristas entre os refugiados que chegam à Europa, afirmando que "essa ligação existe na medida em que os habitantes das zonas do Iraque e da Síria controladas pelo Daesh são martirizados pelos mesmos que hoje nos atacam” e reiterando a intenção de acolher em França 30.000 refugiados nos próximos dois anos.
Com Lusa